Os últimos 40 anos de liberdade em Portugal introduziram uma chama imensa de prazeres desportivos numa população que se resignava ao poder político que dominava todos os movimentos exercidos pelo mais desprevenido cidadão que ousasse desafiar as oblíquas normas do Estado Novo. Porém, a partir do momento em que o povo unido entoou as suas vozes, libertas de cautelosas prudências, a avalanche das modalidades desportivas ganhou corpo e o fenómeno divulgou-se. Soltos de hipócritas fronteiras que se apresentavam restritas às cores governamentais, os clubes, associações, ou coletividades que se dedicavam, também, ao mundo desportivo, ganharam asas e toca a colocar a cereja ao cimo do bolo, demonstrando à plebe que é na união que reside o fator capital para elevar a temática ao rubro. Sabendo-‑se que os ventos mudaram, somos, hoje, confrontados com as mais díspares circunstâncias desportivas que nos remetem para imaculadas paixões. Cito, designadamente, o futebol feminino. O tempo em que as mulheres assumem um papel determinante no seio social e desportivo, bem como na sua verdadeira autodeterminação. Sintetizo, particularmente, as competições bejenses. Neste contexto, enalteço, em particular, a final no passado sábado da supertaça distrital da AF Beja onde, no Campo de Jogos Dr. Augusto Amado Aguilar, em Cuba, a formação de castro Verde venceu a turma do FC Serpa por um folgado 11-0. Acresce que a equipa orientada, tecnicamente, por Gonçalo Nunes, venceu todos os jogos onde participou nas competições regionais, registando-‑se, literalmente, o pleno na época desportiva de 2013/2014. 40 anos de Abril que revelaram colaterais alegrias desportivas. Aliás, as portas que Abril abriu estruturaram, inquestionavelmente, a igualdade das mulheres quer na sua condição social, quer no universo desportivo. 40 anos que deram nova luz ao mundo e que materializaram a emancipação, em definitivo, da mulher.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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