Uma inquestionável referência no quadro associativo do seu concelho, o Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira nasceu em 1 de maio de 1976 e afirmou-se pela sustentabilidade dos seus projetos desportivos.
Texto e foto Firmino Paixão
O Crosse dos Cavaleiros de Santiago, o Circuito de Atle-tismo de Odemira e, mais recentemente, as Brisas do Atlântico são projetos desportivos multidisciplinares de reconhecida qualidade associados ao Núcleo odemirense. Raul Lourenço, presidente da coletividade, folheia aqui algumas páginas que retratam o passado, o presente e perspetivam o futuro deste clube que atualmente acolhe as modalidades de natação e atletismo.
Como está a atividade do Núcleo?
Estamos bem, temos uma equipa de natação que nos tem dado alguns bons resultados a nível regional e temos uma equipa de atletismo cada vez mais forte. Vamos tentar apostar mais nos jovens, promover a renovação apostando na captação de mais benjamins, infantis e iniciados. Temos uma equipa com saúde mas, nos escalões jovens, gostaríamos de ter mais gente a praticar atletismo.
Outras modalidades, não estão no vosso horizonte?
O Núcleo é uma coletividade multidisciplinar. Sempre primou por promover várias modalidades desportivas. Já tivemos voleibol e basquetebol. O atletismo sempre fez parte das nossas atividades, agora temos a natação e, naturalmente, estamos disponíveis para acolher outras modalidades, assim surjam pessoas disponíveis para as abraçar e para se empenharem no seu desenvolvimento. Hoje em dia isso não é fácil.
Mas o associativismo no concelho de Odemira tem dado provas de grande robustez e diversidade…
O associativismo no nosso concelho é forte, mas motivar as pessoas para trabalharem de forma voluntária, às vezes, não é fácil. E para se conseguirem resultados na vertente competitiva é preciso muita disponibilidade.
Qual é a atual expressão do clube em termos de atletas no ativo?
No atletismo temos cerca de 25 atletas nas várias categorias e na natação são cerca de 30 nadadores em atividade regular. Quanto a atletas com bons registos a nível regional e nacional, temos alguma dificuldade porque não temos verbas para os captar e manter aqui; nós damos muito apoio a todos os nossos atletas, mas não atribuímos qualquer compensação financeira.
Os constrangimentos financeiros limitam a ambição?
Não é só por isso, é uma questão de princípio, achamos que qualquer tipo de compensação desmotivaria muitos dos outros que são do pelotão. Também valorizamos o atleta do pelotão, fazer essa discriminação é sempre complicado, já vimos alguns clubes do distrito com muita dificuldade em fazer essa gestão. Investir numa época para fazer uma equipa forte, mas depois nas épocas seguintes não manter a consistência necessária e as coisas correrem mal. E nós, desde 2006, que conseguimos ter sempre pelo menos 25 cinco atletas em atividade regular.
Que benefícios tiram da pista de atletismo existente em Odemira?
Temos alguns atletas para as disciplinas de pista e até participámos recentemente nos Campeonatos Nacionais de Pista de Veteranos em Pombal. Tentamos estimular a participação na pista, mas os atletas veteranos, às vezes, são um pouco preguiçosos para a pista. Ainda assim, temos campeões nacionais em Pista Coberta na Estafeta de 4x200 (veteranos+ 35) e nos 3000 metros planos, além de vários lugares de vice-campeão nacional.
Esses foram os resultados mais expressivos no vosso historial?
Sim, mas temos vários campeões regionais de pista, o Pedro Poeira foi duas vezes campeão regional dos 800 metros, a Ana Dias, atualmente a nossa melhor atleta feminina, estará entre as três melhores atletas alentejanas; é a mais jovem, a que tem conseguido maior destaque e que tem dado maior visibilidade ao Núcleo.
Que apoios têm para manterem uma atividade tão intensa?
O nosso concelho é, maioritariamente, dominado pelo futebol; existe, atualmente, a intenção de mudarmos essa tendência. O atletismo tem sido muito apoiado pelo município de Odemira, que tem olhado para o nosso esforço e para o nosso empenho. Temos sentido, da parte do município, o retorno da nossa dedicação, traduzido em apoio efetivo. Não temos um grande orçamento, mas conseguimos uma gestão equilibrada.
Que sonho têm os dirigentes do Núcleo que gostariam de ver concretizado?
Queremos manter esta missão de proporcionar atividade física a toda a gente. Gostaríamos de levar atletas aos grandes pódios nacionais, mas vamos com calma, vamos trabalhando passo a passo, nesta caminhada que queremos duradoura. Depois, temos o sonho de vermos a nossa sede requalificada. Existe um projeto que vamos candidatar com o apoio do município e acreditamos que esse sonho, mais tarde ou mais cedo, se concretizará.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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