segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pedro Proença: “Estar no Mundial é o sonho de uma carreira”

Em entrevista ao fpf.pt, Proença mostra-se orgulhoso por se estrear em Mundiais, diz querer ver a Seleção chegar o mais longe possível, mas se tal não acontecer, ambiciona apitar a final. Agradece ao Presidente da FPF o apoio prestado.
Arbitragem
Portugal vai estar amplamente representado, este Verão, no Brasil. Além da Seleção Nacional, também uma equipa de arbitragem lusa – chefiada por Pedro Proença e que conta, igualmente, com os assistentes, Bertino Miranda e Tiago Trigo – vai prestigiar o futebol nacional.
Este domingo, a equipa de arbitragem portuguesa partiu para o Brasil, onde ultimará a preparação para participar na maior competição futebolística do planeta.

Em entrevista ao fpf.pt, Proença dá conta do orgulho que sente por se estrear em Mundiais, diz que quer ver a Seleção Nacional chegar o mais longe possível, mas se tal não acontecer, não descarta a ambição de apitar a final do Maracanã.

Deixa, ainda, um agradecimento ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, pela forma como soube criar condições únicas para que os árbitros portugueses se possam preparar da melhor forma para os desafios nacionais e internacionais que têm pela frente.

fpf.pt: Depois de já ter apitado a final do EURO 2012, da “Champions” 2011/2012 e de ter participado na Taça das Confederações, que sabor tem esta nomeação para o Campeonato do Mundo?
Pedro Proença: Estar no Mundial é o sonho de uma carreira de um árbitro. Sinto-me honrado e feliz por estar no lote de árbitros que irão estar na fase final. Não só em termos individuais, mas também porque represento uma geração da arbitragem portuguesa.

fpf.pt: O que mudou no Pedro Proença que se estreou na Taça Intertoto, em 2003, e o que embarcou para o Brasil para participar no Mundial 2014?
Pedro Proença: Hoje, pela carreira que fiz, pelos jogos que já arbitrei, por aquilo que tenho trabalhado, sinto-me um árbitro muito mais maduro e isso é uma vantagem. A arbitragem faz-se por fases e por vivências. A oportunidade que me deram de estar em grandes jogos e nos maiores palcos permite-me chegar a um competição como o Campeonato do Mundo com o objetivo de fazer uma boa fase final e com a sensação de que as coisas poderão correr bem.



fpf.pt: Traçou algumas metas para a participação na competição, ou considera que tal não faz sentido?
Pedro Proença: Faz todo o sentido traçar metas, embora sabendo que nestas competições de curta duração, um erro pode ser fatal, porque não temos tempo para recuperar. Gostaria de tentar fazer, no mínimo, dois jogos. Tudo o que vier para além disso será ganho. Sabemos que existem diversas condicionantes que não têm a ver apenas com a nossa prestação e que poderão limitar a nossa presença na competição. Se esses fatores nos ajudarem e se as nossas prestações forem boas, estou convencido que esta equipa de arbitragem poderá fazer um percurso único na fase final do Campeonato do Mundo.

fpf.pt: Como gere emocionalmente o facto de a progressão da equipa de arbitragem durante a competição estar dependente do sucesso da nossa Seleção na prova?
Pedro Proença: Tenho a noção que os interesses são diametralmente opostos. Isso gere-se com a noção clara que aquilo que eu quero é que a Seleção vá o mais longe possível. Se isso não acontecer, então que seja dada a oportunidade à equipa de arbitragem portuguesa de poder ir o mais longe possível e isso passa por chegar até onde termina a competição. Não escondo que, pela primeira vez, uma equipa de arbitragem portuguesa poderá ter a pretensão de arbitrar a final de um Campeonato do Mundo e é com essa vontade e com esse sentimento de grande responsabilidade que partiremos para o Brasil. Mas isto só foi possível porque nos foram dadas todas as condições para trabalhar, nomeadamente pelo Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que fez um projeto único na arbitragem nacional, criando todas as condições a esta equipa para estar preparada da melhor forma.

fpf.pt: Como foi feita a preparação do Mundial?
Pedro Proença: O projeto de preparação teve duas fases. Uma primeira de preparação para as competições internacionais que arbitrámos durante a época, que culminou com a meia-final da Liga dos Campeões, entre o Bayern de Munique e o Real Madrid. E uma segunda fase em que começámos a preparar meticulosamente o Campeonato do Mundo. Trabalhámos a vertente técnico-tática, mas também os aspetos psicológicos, a abordagem às dificuldades que vamos encontrar e às condições climatéricas difíceis. Foi um trabalho muito cuidado, feito com grande planeamento e antecipação para que nada ficasse ao acaso. Neste momento direi que estamos altamente preparados para ter uma boa prestação no Brasil.

Fotos: FPF/Diogo Pinto
Fonte: FpF.PT

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