José Saúde
Os sinais que noutros tempos davam brado para a
época futebolística que se avizinhava, apresentavam-se circunscritas à
capital do distrito, Beja, onde o Desportivo era, incontestavelmente, o
emblema supremo nas competições nacionais. Viajando em arcaicas vagas de
intempestivos vendavais que dilatavam pressupostos conceitos
clubísticos, confesso que jamais embandeirei em arco nesses reveses, uma
vez que sempre entendi que o futebol é implacavelmente efémero.
Ouviam-se, nesses tempos, acalorados sons que colocavam, com sensatez, o
Desportivo no púlpito. Enchia-se a boca com os feitos alcançados pela
coletividade bejense e jamais se premeditou o futuro. Sou um daqueles
adeptos que conheceram essa irrefutável realidade. Contestei algumas das
afirmações de poderosos dotados que defendiam escrupulosamente a sua
dama, mas tudo me parecia literalmente despropositado. Distantes vão os
sinais do tempo em que o Mineiro Aljustrelense, no velhinho campo das
Minas, e o Moura Atlético Clube, no Maria Vitória, sonhavam com um
futuro risonho e se predispunham em romper com as antiquadas elites que
ditavam presunções desportivas assanhadas. Só que os clubes
dimensionaram-se e as infraestruturas adquiridas criaram novos ensejos. E
se em Aljustrel o novo estádio, da responsabilidade autárquica, trouxe
novas alavancas de trabalho, em Moura, o espaço desportivo construído
com o inequívoco comprometimento de dirigentes do Atlético no seu
emblemático espaço, conduziram as localidades a realidades
equidistantes. Aliás, as teorias de outrora apregoadas pelos varões da
razão, caíram por terra. Daí que os sinais do tempo conhecidos hoje em
Aljustrel e em Moura, com as equipas da terra a participarem, uma vez
mais, no campeonato nacional de seniores, época 2014/2015, são sinónimos
de uma riqueza desportiva antes impensável. Não sendo profeta, verifico
que o Aljustrelense e o Moura, nesta pré-temporada, já trabalham com
rigor, desejando-se que o entusiasmo presente seja compensado com um
final feliz.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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