sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sinais do tempo

José Saúde

Os sinais que noutros tempos davam brado para a época futebolística que se avizinhava, apresentavam-se circunscritas à capital do distrito, Beja, onde o Desportivo era, incontestavelmente, o emblema supremo nas competições nacionais. Viajando em arcaicas vagas de intempestivos vendavais que dilatavam pressupostos conceitos clubísticos, confesso que jamais embandeirei em arco nesses reveses, uma vez que sempre entendi que o futebol é implacavelmente efémero. Ouviam-se, nesses tempos, acalorados sons que colocavam, com sensatez, o Desportivo no púlpito. Enchia-se a boca com os feitos alcançados pela coletividade bejense e jamais se premeditou o futuro. Sou um daqueles adeptos que conheceram essa irrefutável realidade. Contestei algumas das afirmações de poderosos dotados que defendiam escrupulosamente a sua dama, mas tudo me parecia literalmente despropositado. Distantes vão os sinais do tempo em que o Mineiro Aljustrelense, no velhinho campo das Minas, e o Moura Atlético Clube, no Maria Vitória, sonhavam com um futuro risonho e se predispunham em romper com as antiquadas elites que ditavam presunções desportivas assanhadas. Só que os clubes dimensionaram-se e as infraestruturas adquiridas criaram novos ensejos. E se em Aljustrel o novo estádio, da responsabilidade autárquica, trouxe novas alavancas de trabalho, em Moura, o espaço desportivo construído com o inequívoco comprometimento de dirigentes do Atlético no seu emblemático espaço, conduziram as localidades a realidades equidistantes. Aliás, as teorias de outrora apregoadas pelos varões da razão, caíram por terra. Daí que os sinais do tempo conhecidos hoje em Aljustrel e em Moura, com as equipas da terra a participarem, uma vez mais, no campeonato nacional de seniores, época 2014/2015, são sinónimos de uma riqueza desportiva antes impensável. Não sendo profeta, verifico que o Aljustrelense e o Moura, nesta pré-temporada, já trabalham com rigor, desejando-se que o entusiasmo presente seja compensado com um final feliz. 

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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