O arranque foi o mais conturbado dos últimos anos. Desistências de equipas, indefinições e arranjos de última hora nos calendários marcaram as semanas que antecederam o pontapé de saída no “Distritalão” 2014/15.
Texto e foto Firmino Paixão
Não teve um bom princípio, augura-se, por isso, que tenha um melhor final e que pelo meio dessa maratona de vinte seis jornadas não existam mais convulsões, num quadro futebolístico regional que vai acentuando algumas fragilidades. O futebol distrital precisa de uma reflexão urgente, necessita de um pacto de harmonia entre os diversos agentes desportivos, um diálogo que seja gerador de energias convergentes e capazes de não colocar em causa o quadro competitivo ao nível dos diversos patamares. Aqui e além pontificam dirigentes que olham apenas para o seu umbigo e que descuram as questões fundamentais à preservação dos valores desportivos. Estamos numa região em que dois terços do território padece dos problemas típicos da interiorização, com frágil ou inexistente suporte económico para amparar uma atividade cada vez mais inflacionada. Os clubes de futebol, também neste distrito e salvo honrosas exceções, vivem acima da sua capacidade de gerar receitas, estão em falência técnica. Têm excessiva dependência dos apoios municipais, não são financeiramente autossuficientes, não seguram os seus ativos resultantes da formação, porque os compromissos académicos dos jovens são prioritários e a matéria humana para formação dos plantéis vai escasseando, depois prometem-se aqui e acola subsídios impensáveis, gestão que, nos últimos anos, têm feito ruir todo o equilíbrio da estrutura desportiva.
É com toda esta problemática em pano de fundo que se vai iniciar no domingo mais uma época desportiva ao nível do escalão principal da Associação de Futebol de Beja, organismo que perante o cenário de adversidades cumpriu os regulamentos, nomeadamente no preenchimento das vagas em aberto no quadro de equipas que disputam o campeonato.
As principais novidades vêm do litoral alentejano, com a estreia a este nível do Renascente de São Teotónio e do Saboia, promoção que se anunciava há algumas épocas, elevando para quatro o número de equipas do concelho de Odemira neste escalão. Questiona-se, apenas, a expressão de representatividade em termos de jogadores alentejanos, porquanto é conhecida a regularidade com que estas equipas se reforçam na vizinha região do Algarve. O Almodôvar regressou a este campeonato depois da experiência fugaz no Nacional de Seniores e o seu vizinho Rosairense suspendeu o futebol sénior, renunciando ao lugar de direito que tinha nesta prova, o que, em primeira instância, conduziu à repescagem do Bairro da Conceição, clube que acabaria também por renunciar, abrindo lugar à participação do Aldenovense. Cumpriram-se os regulamentos em plena e jurisprudente consonância com semelhantes anomalias, em épocas em que estes incidentes também ocorreram (Regulamento de Provas Oficiais nº 102.19 – 2. Alínea a).
Na época 2014/2015 o preço dos bilhetes para o Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da A.F.Beja oscila entre os 3 (Geral) e os 5 euros (Bancada), podendo os clubes efetuar quatro jogos durante a época com preço livre que não exceda 50 por cento do valor de tabela. Os jogos terão início às 15 horas até ao dia 4 de abril de 2015, passando depois sucessivamente para as 16 horas (5/4 a 9/5) e 17 horas (a partir de 10/maio). Vamos então esperar até maio de 2015, para sabermos quem sucederá ao Mineiro Aljustrelense no trono do “Distritalão”.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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