Constata-se que o homem é um exímio seguidor na arte de imortalizar célebres recordações. Memórias, quem as não tem? Todos, com certeza, guardamos nacos de uma vivência desportiva, ou de histórias hilariantes, contadas na primeira pessoa, que ficaram imortalizadas no prodígio regional. O desporto assumiu gigantescas emoções. Releio na obra Glórias do Passado, da minha autoria, uma vivência do antigamente deixada pelo saudoso jogador de futebol Francisco Véstia, um homem que veio ao mundo no dia 4 de julho de 1922, em Pias, e que expunha a técnica utilizada com o alinhamento, em fila, da equipa numa entrada em campo: “À frente ia o guarda-redes com a bola na mão, depois iam o ‘back’ direito, atrás o ‘back’ esquerdo, o alfa direito, o alfa centro, o alfa esquerdo, o ponta direita, o meia ponta direita, o avançado centro, o meia ponta esquerda e o ponta esquerda”. Fantástico depoimento deixado para as gerações vindouras! Um homem dinâmico que no início dos anos 40 jogava, na sua terra natal, numa equipa chamada os Fatalistas. Seguiu-se a fundação do Piense e dessa fase áurea Francisco Véstia comentou, para a posterioridade, o seu testemunho: “Nessa altura passaram pelo Piense o Baletas, o Tijoleiro, o Catrapulha, o Carrão, o Fernandinho e o Barrocal, todos moços de Serpa”. Retirando pequenos fugazes desportivos do antigo jogador, somos confrontados com realidades diametralmente contraditórias àquelas que hoje se conhecem. O cosmos futebolístico enveredou por trajetórias inconcebíveis. Ateste-se neste pormenor relatado, nesse tempo, por Francisco Véstia. “Acontecia às vezes que os mais abonados da aldeia davam-nos vinte mil reis, mas esse dinheiro era para a rapaziada beber uns copos. Aliás, nunca ganhei um tostão no futebol”. Tempos em que se multiplicava o “amor à camisola” e onde “as deslocações eram feitas numa camioneta de caixa aberta do Francisco Estamenha”. Memórias de um passado simplesmente notável. Fica o registo
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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