sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Era uma vez …


O Clube de Patinagem de Beja celebrou o Natal com a realização do Festival de Patinagem Artística “Patins de Encantar”, uma reposição de famosas histórias infantis que se perpetuaram na memória coletiva.

Texto e fotos Firmino Paixão


O régio edital, lavrado em pergaminho pelo punho de suas majestades, o Rei e a Rainha do Clube de Patinagem de Beja, honrou a plebe habitacional do reino, fundado por Júlio César, ou por Augusto, capital do convento Pacensis e mui nobremente chamado de Pax Julia, mas também de condados vizinhos e amigos que ao caminho ousassem meter-se, com o chamamento para o “castelo” municipal João Serra Magalhães, ele próprio fundador do reino, para ali atestar da qualidade dos seus artistas, os de palmo e meio, os de meio palmo e os de palmo inteiro. O colorido, o movimento, a arte e a tradição encorparam uma artística e bem conseguida reposição de histórias de encantar, perdão “Patins de Encantar”, assim rezava a mensagem espalhado por todo o reino. E o povo saiu à rua. O frio era muito, a névoa quase toldava o caminho, mas o povo foi fiel a suas majestades, princesas Ana Paulino, Susana Romão e Ana Pestana e Daniel Franco, mentores do projeto, assessoradas por Rita Diogo e Rute Mendes, num movimento que envolveu cerca de oito dezenas de artistas sobre rodas, essenciais e preponderantes neste regresso ao passado em que se recontaram histórias como Branca de Neve, Bela e o Monstro, Pequena Sereia, Alice no País das Maravilhas, Cinderela, Rei Leão, Corcunda de Notre Dame, Aladdin, Pocahontas, e Bela Adormecida, entre outras, como folhear o Livro da Selva e uma apoteose com Madagáscar.
“Começámos a preparar este festival no mês de setembro, com o envolvimento de um conjunto muito alargado de pessoas, os atletas, os treinadores, os dirigentes e os pais dos patinadores”, revelou Ana Paulino, treinadora do Clube de Patinagem de Beja e porta-voz do quarteto de criadoras do projeto. E sem esconder a forte emoção que a invadia, no final do evento afirmou: “Deu imenso trabalho preparar este festival, ensaiar as coreografias, fazer os cenários, mas foi bem conseguido, os outros treinadores envolvidos também estão de parabéns porque isto foi um trabalho coletivo, não fui apenas eu, mas foi muito bom, foi superpositivo”. Ana Paulino está há 25 anos ligada aos patins e é irmã do capitão da equipa sénior do Clube de Patinagem de Beja, Filipe Paulino: “Patino desde os meus cinco anos, tem sido uma vida ligada a esta modalidade, já lá vão duas décadas de patinagem, mas eu gosto e estou muito feliz”.
A ideia do evento “Patins de Encantar” surgiu porque “achámos que seria giro recordarmos momentos da nossa infância, reproduzindo aqui um pouco das histórias que ouvíamos; decidimos ir por aí e acho que esta temática está muito na moda, sei que outros clubes de patinagem também desenvolveram festivais com as histórias infantis, um pouco porque também está adequada à quadra natalícia que atravessamos, por isso foi mesmo um momento muito especial”, confessou Ana Paulino. Depois, os cerca de 80 patinadores do clube envolveram-se no festival e até a moldura humana foi interessante: “Imaginei que, por estar muito frio, não apareceria muita gente, mas o pavilhão compôs-se e tivemos também muito apoio e calor humano, foi muito bonito. Agora vamos desenvolver novos projetos, participar noutras atividades, mesmo junto de outros clubes, e temos que ir a outros locais, com alegria e com dinâmica, e espero que no próximo ano possamos alcançar bons resultados com os nossos patinadores”.
Reza a tradição que os reis ordenem a realização bianual do festival, mas a “princesa” Ana contou que “isto tem muitos custos, não é fácil organizar um evento destes com muita regularidade, espero que regressemos daqui por dois anos”. Contudo, “talvez seja possível levar este festival a outros locais para onde formos solicitados”, concluiu.

Fonte: http://da.ambaal.pt

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