sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
O craque do pombal
A 34.ª Olimpíada de Columbofilia Budapeste 2015 realiza-se de 15 a 18 de janeiro, com uma alargada representação de pombos de columbófilos alentejanos, entre eles, o campeão nacional do bejense José Ameixa.
Texto e foto Firmino Paixão
O Centro de Exposições de SYMA na capital da Hungria será, também, o alvo das atenções da columbofilia alentejana, pois lá estarão em avaliação e em representação de Portugal, entre outros, os pombos de Ivo Garcias (SC Serpa), das Asas do Enxoé (Vale de Vargo), vice campeões de sport yerlings e velhos na 42.ª Exposição Nacional e Pré-Olímpica realizada nas Caldas da Rainha. Mas a comitiva é liderada pelos pombos “Pata Torta” e “Zero Oitenta” respetivamente, o campeão nacional e o medalhado de bronze na classe sport fundo do mesmo certame, ambos do columbófilo José Ameixa (Sociedade Columbófila Asas de Beja). O baixo coeficiente obtido pela ave que conquistou o título nacional (22 4095 pontos), abre grandes expetativas para um bom resultado nas olimpíadas magiares, reconheceu João Ameixa, 38 anos, porta-voz da prestigiada colónia bejense que já conquistou sete títulos nacionais.
“Temos expetativas elevadas, só pelo simples facto de lá estarmos presentes e logo com dois pombos a representarem Portugal, é desde logo uma grande satisfação”, revelou o columbófilo, sublinhando a árvore genealógica do seu campeão. “Tem 50 por cento dos nossos sangues, foi um pombo comprado pelo António Machado Toninho ao prestigiado columbófilo Barros Madeira, que no-lo ofereceu depois e que cruzámos com uma das nossas fêmeas que tem a base de todos os nossos pombos”. O campeão nacional, referiu João Ameixa “um voador que se supera, um pombo da nossa colónia que não se bateu apenas nas provas de fundo, foi a provas de velocidade e de meio fundo, foi uma ave que chegou a vir à frente dos outros com dez minutos de avanço, o que não é fácil. Numa colónia com mais de 40 anos de columbofilia termos pombos que chegam com esse avanço é invulgar. Foi um pombo que demonstrou, nas últimas duas temporadas que é o craque do nosso pombal”. Ainda assim enumerando os títulos conquistados pelo “Pata Torta”, Ameixa referiu: “Em termos individuais até não tem muitos, tem mais em provas, porque a certa altura ele chegou a estar à frente na classificação do Ídolo da Sociedade e nós parámos o pombo, para ele ir só para o campeonato de fundo, onde apostámos tudo na última campanha e que acabamos por ganhar a nível distrital. Essa opção prejudicou a ave em termos de títulos individuais, mas conseguiu o maior de todos os títulos que foi o de Campeão Nacional de sport fundo”. Por isso, está a ser alvo de cuidados especiais até à partida para a Hungria e, no futuro “provavelmente, passará para a reprodução, não é fácil manter um pombo destes a voar, já tivemos um vice-campeão nacional de fundo e a seguir, num treino de 50 quilómetros perdeu-se, teve azar, porque pombos com esta categoria já não se perdem, podem ter o azar de se deixarem apanhar por uma ave de rapina, como aliás, este também teve quando era borracho, que chegou de uma prova de 400 quilómetros com a perna completamente desfeita, daí chamarmos-lhe o Pata Torta”, referiu o João Ameixa, concordando que, atualmente, o nome Ameixa é já uma marca consagrada na columbofilia nacional “Hoje em dia, podemos afirmar que é assim, mas não é fácil estarmos 40 anos na columbofilia e andarmos sempre no topo, tem sido muito complicado, mas muito prestigiante”. Por isso a colónia vive tempos de regozijo, saboreando ainda o título nacional conquistado nas Caldas da Rainha com um coeficiente que é metade da média dos coeficientes vencedores na última década. Assim, este título pode não ter sido apenas mais um, mas o mais importante. “O últimos sucessos são sempre os mais importantes, o que passou, passou, o presente é que conta e tem a maior importância, claro que tudo o que ficou para trás é especial, foram sete títulos nacionais, no meio de um desporto que, a nível nacional, está cada vez mais profissionalizado, com investimento de avultadas somas em pombos e instalações e, se calhar, sem terem um título nacional. E nós, no meio de tantos profissionais termos conseguido sete títulos nacionais é, de facto, algo que muito nos orgulha”, acentuou João Ameixa, o parceiro do pai nesta lenta e progressiva passagem de testemunho de uma incomensurável paixão pelos pombos. “Sou o mais novo desta geração, mas eu já trato da colónia do meu pai desde 1999, já lá vai um bom par de anos, mas cada vez é mais complicado, sobretudo para nos mantermos no topo. Para termos pombos só por ter, se não tivermos capacidade para termos 150 temos 100, se gostarmos... temos sempre, mas para andarmos sempre lá no topo, é preciso muito sacrifício, muito carinho e muita paixão e eu vou fazendo o melhor que posso”, conclui o columbófilo bejense, orgulhoso dos seus alados.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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