quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Platini: "Luto todos os dias para proteger o futebol"

Entre o painel de ilustres participantes no Football Talks, conta-se o presidente da UEFA, Michel Platini. O “homem forte” do futebol europeu saúda a iniciativa e elenca os desafios com que a UEFA se depara.
Centenário

De que forma é que fóruns como o Football Talks podem concorrer para o desenvolvimento do futebol?
Espaços de debate e reflexão são muito importantes para que possamos ter o maior número possível de pontos de vista antes de tomarmos decisões. A partilha de ideias e experiências é fundamental em todos os sectores de actividade e o nosso não é excepção. Saúdo a Federação Portuguesa de Futebol por esta iniciativa e pelo excelente painel de oradores e convidados que conseguiu reunir, assegurando o sucesso do evento e a qualidade das intervenções que vamos ouvir.
 
Qual a principal mensagem que pretende transmitir na sua intervenção no Football Talks?
Fico muito contente por ter oportunidade de participar neste congresso porque gosto muito de Portugal e tenho uma excelente relação com o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes. O que é importante realçar durante a minha intervenção é todo o trabalho que efectuamos para o desenvolvimento da nossa modalidade, tanto a nível de grassroots como na administração. Como Presidente da UEFA, a minha grande prioridade é promover o futebol de base e salvaguardar a sua integridade, tanto dentro como fora dos terrenos de jogo. 

Quais as prioridades e os principais desafios com que o futebol europeu se depara atualmente?
A UEFA tem várias frentes de batalha e lutamos todos os dias para garantir o melhor espectáculo dentro do terreno e a melhor gestão fora dele. Neste último ano, uma das nossas principais prioridades foi aumentar a transparência no que diz respeito à propriedade de jogadores, e posso dizer que fiquei satisfeito como o que conseguimos fazer visto que a FIFA finalmente decidiu apoiar a nossa iniciativa de banir a propriedade de jogadores por fundos de investimento. Todos os anos milhões de euros são perdidos para o futebol em beneficio de empresas e agencias que tem como único objectivo explorar a nossa modalidade. Temos visto jogadores perderem a sua independência e serem obrigados a jogar por equipa A ou B porque não são donos dos seus próprios passes ou destinos. Não podemos aceitar que os jogadores sejam propriedade de instituições financeiras.
 
O que gostaria de fazer, ainda, no futebol?
Eu  todos os dias luto para proteger o futebol e ainda tenho muito trabalho pela frente. Gostaria, por exemplo, de chegar a um ponto onde poderia garantir que o futebol fosse imune a tentativas de manipular resultados. Gostava também de saber que nunca mais teríamos de assistir a casos de descriminação racial contra jogadores dentro ou fora de campo. Temos campanhas importantes que melhoraram a situação mas ainda há muito para fazer. Quero também continuar a lutar para que os nossos clubes continuem a seguir os nossos princípios de Financial Fair Play, sabendo que estes princípios garantem estabilidade para o seu futuro.
 
Como olha para o contributo que o futebol português tem dado para a modalidade?
Portugal é um país de futebol. Tem dado ao nosso jogo alguns dos seus mais brilhantes protagonistas, quer a nível individual quer a nível colectivo. Um dos meus jogadores preferidos de todos os tempos foi o Eusébio e nunca hei-de esquecer a sua técnica, habilidade e paixão pelo jogo. Nos últimos tempos Portugal tem tido outros grandes craques como o Luis Figo, Rui Costa, e agora o Cristiano Ronaldo, um autentico fenómeno. A nível colectivo, o vosso pais pode gabar-se de uma série de títulos importantes nas nossas competições de clubes. Agora só falta a selecção nacional ganhar um troféu importante também.

Fonte: FpF.PT

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