terça-feira, 31 de março de 2015

AF Beja celebra 90 anos de actividade

A Associação de Futebol de Beja (AFB) celebra esta segunda 90 anos e o presidente José Luís Ramalho revela ao “CA” que o futebol distrital não corre riscos de futuro.

O que representam estes 90 anos para a Associação de Futebol de Beja (AFB)?
Estes 90 anos significam muitas décadas de trabalho, com bons e maus momentos mas sempre em defesa do futebol distrital. Foi com esse objectivo que a associação foi criada, é esse objectivo que se mantém.

Que retrato faz da realidade do futebol distrital?
É uma realidade que nos preocupa, porque os nossos clubes têm algumas dificuldades próprias da conjuntura que vivemos. E não é fácil aos clubes proporcionarem a actividade desportiva a todos os jovens que necessitavam. A situação torna-se mais grave quando sabemos que em termos da actividade desportiva dos nossos jovens o Estado se está a demitir um pouco desta sua função, tendo de ser os clubes a chamar a si essa responsabilidade.

Há duas épocas que não há campeonato distrital de juniores, o de juvenis tem apenas 15 equipas… Não sente que o futuro do futebol distrital pode estar em risco?
Não, o futuro do futebol distrital não está em risco! E o mais importante é os nossos jovens terem prática desportiva, sendo que esta não se resume ao futebol. Além do mais, verificamos também que a actividade desportiva ao nível dos escalões de formação tem diminuído apenas a nível dos juniores. Mas é uma situação que se percebe perfeitamente e que não é exclusiva da AFB. Acontece a nível nacional, ainda que mais no interior, dado ser um escalão etário em que os jovens muitas das vezes abandonam as suas terras para ir estudar. E basta faltarem quatro ou cinco atletas numa equipa para que os clubes não possam continuar com as mesmas.

Ou seja, não há o risco de o futebol distrital sentir a curto ou médio-prazo falta de jogadores seniores?
Olhando para a formação e para aquilo que os clubes aí investem, o que acho estranho é que depois ao nível dos seniores verifiquemos a existência de tantos jogadores oriundos de outras regiões e mesmo de outros países. Isso é que me preocupa e acho estranho! Porque se faz uma aposta na formação dos nossos jovens e penso que muitos deles teriam capacidade para depois actuar como seniores. E isso, infelizmente, não se verifica!

A AFB está estável do ponto de vista financeiro?
A situação financeira da AFB está controlada. Adquirimos a sede há dois anos, em que tivemos um empréstimo da Federação Portuguesa de Futebol e que estamos a pagar dentro do acordado. Mas naturalmente que temos as dificuldades que são inerentes a toda a prática desportiva e a todo o associativismo português.

Aos 90 anos, qual o maior desafio que se coloca à AFB?
O grande desafio será sempre prosseguir com a difusão do futebol. Mas coloca-se um outro grande desafio, colocado por alterações legislativas que estão para sair, em que tudo leva a crer que as associações terão de ter um papel mais interventivo no que diz respeito à prática desportiva na região.

Um papel “mais interventivo” em que plano?
No que diz respeito à coordenação, programação e seu desenvolvimento.
Fonte:  http://www.correioalentejo.com

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