José Saúde
Tive o privilégio de os conhecer quando a sua tenra idade
já implicava engenho e arte para o mundo do futebol.
Juntos interagiam com plena eficiência no jogo e com
uma bola que era apenas um simples brinquedo.
Identificá-los em campo era matéria de difícil observação.
A
cor das botas que calçavam apresentava-se como a solução imediata.
Restava a esperança que ambos singrassem no complicadíssimo cosmos
futebolístico. Humildes e simples,
os gémeos João e Luís Aurélio tiveram como berço
o
Desportivo de Beja e o Despertar, clubes que os transportariam para a
ribalta. Dos seus tempos de criança guardo recordações de dois craques
que, a meu ver, despontavam para o estrelato. Presentemente, o João e o
Luís são duas imensuráveis estrelas bejenses que brilham no escalão
supremo do futebol português.
E se o João é um jogador que ostenta um passado mais próspero, isto porque ao serviço do Vitória de Guimarães passou
pelas seleções jovens portuguesas e chegou mais cedo
ao futebol primodivisionário lusitano, não deixa também
de ser verdade que ao Luís ter-lhe-ão sido sonegado
oportunidades para atingir o auge. Valor era um dom que
de facto possuía. Manuel Machado, treinador astuto
e competente, não recusou a oportunidade de utilizar
o período das transferências de janeiro para assegurar a ida
do Luís, que atuava no Moreirense, para o Nacional da Madeira.
Os
gémeos reencontraram-se no mesmo onze, a equipa cresceu, a ala direita
apresenta agora uma outra dinâmica, quer ofensiva quer defensivamente, e
a turma está mais forte. O grupo,
em minha opinião, com a entrada de
novos jogadores deixa antever um trabalho aturado, perdurando a certeza
de que as duas estrelas de Beja assumem, por ora, papel preponderante
num clube que segue no trilho do êxito.
Bem-haja o João e o Luís
Aurélio pelo vosso imensurável atributo em campo e pelo estatuto que
representam numa modalidade onde o facilitismo escassa e as hipóteses
rareiam.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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