Paulo
Baptista é mais uma voz contra a proposta de regresso do sorteio dos árbitros.
O antigo juiz da AF Portalegre, que colocou ponto final a uma carreira de 30
anos por ter atingido o limite de idade (45), deixou bem vincada a sua posição
crítica numa entrevista concedida à Rádio Despertar de Estremoz.
"Nós
trabalhamos e temos de ter pessoas a dirigir-nos que confiem em nós, que saibam
o que trabalhamos e que conheçam o nosso progresso. O nosso momento de forma é
fundamental para sermos escolhidos para este ou para aquele jogo",
explicou, frisando: "Nós, árbitros, não gostamos de ser escolhidos através
de uma bola."
De
forma a justificar a sua oposição ao sorteio, Paulo Baptista recordou um
episódio do seu percurso. "Quando estava no meu segundo ano na 1.ª
categoria fui dirigir um FC Porto-Sporting e talvez não estivesse preparado. Na
cabeça de certas pessoas esse jogo pode ter marcado a minha carreira em termos
internacionais...", admitiu, concretizando: "Com o sorteio pode
perfeitamente acontecer a um árbitro de segundo ano, internacional, mas com
apenas cinco ou seis jogos na 1.ª Liga, ir apitar um clássico. Isso é
impensável!"
Apesar
de fazer um balanço "francamente positivo", Paulo Baptista não
escondeu que ficou uma mágoa. "Só tive uma oportunidade de chegar a
internacional e havia duas vagas para três árbitros: eu, o Pedro Proença e o
Duarte Gomes. Nem é preciso dizer mais nada... a interioridade paga-se, a força
da minha associação não se compara com a de Lisboa e essas vagas foram
entregues aos outros dois árbitros", lamentou.
(José Lameiras, Record)
Publicado por Alentejo e Desporto
Fonte: http://alentejoedesporto.blogspot.pt
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