O Desportivo de Beja regressou ao trabalho e apresentou o plantel com que vai disputar o Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da AF Beja, com os olhos postos na manutenção da equipa neste patamar.
Texto e foto Firmino Paixão
No ano em que o Desportivo recupera todos os escalões competitivos, a equipa sénior, liderada por Carlos Jorge Guerreiro, apresentou-se aos sócios com uma meta bem definida, a manutenção na 1.ª Divisão. Sobre o plantel, o treinador, estreante nos seniores do clube, confessou: “Temos connosco os jogadores que quisemos e que quiseram estar connosco, convidámos outros que, por um motivo ou por outro, não aceitaram”.
Motivação, empenho e ambição são lugares comuns no início de cada temporada, e o Desportivo de Beja não fugirá à regra.
É um grande desafio, senão o maior dos maiores que já tive na minha carreira: representar e honrar um clube cheio de história que, no próximo ano, cumpre o seu centenário. E isso, só por si, carrega sobre nós uma grande responsabilidade, porque este ano ficará marcado para sempre.
O passado é glorioso mas o presente é um tempo de muitas dificuldades…
Quando o convite me foi feito, eu sabia que não iria ser um projeto fácil. O Desportivo vem de duas épocas na 2.ª Divisão Distrital, com os problemas graves que são conhecidos e procura renascer com uma comissão administrativa que está a fazer tudo para reerguer este gigante. Pela primeira vez, nos últimos anos, o clube terá todos os escalões de formação e isso mostra o trabalho que as pessoas fazem para o recuperar.
Uma das novidades é esse percurso ascendente que começa pelo regresso à 1.ª Divisão Distrital?
Esta é a divisão onde o Desportivo de Beja se deve manter nos próximos anos. Uma eventual subida ao Nacional de Seniores é um passo que tem que ser dado quando, efetivamente, o clube tiver estrutura para isso. Está a tentar criá--la, mas ainda não a tem. Por isso, deve manter o modelo em que está a trabalhar, apostando muito na formação para que ela abasteça a equipa sénior. O clube deve recuperar aquela identidade que teve no passado, esse será o caminho, competindo com os olhos na manutenção, sem perder de vista o objetivo de jogar para os primeiros lugares.
Depois de treinar o Bairro da Conceição e o Despertar, fecha aqui o triângulo das equipas da cidade…
É interessante e, em termos pessoais, é algo que me deixa muito feliz, porque é sinal que me dou bem com toda a gente e que as pessoas me reconhecem qualidade desportiva. Não podia dizer que não ao Desportivo, porque já tinha recusado o futebol sénior por mais do que uma vez e, tendo o convite sido feito na pessoa do Hugo Guerreiro, foi irrecusável. É um amigo que eu estimo muito e que, há uns anos atrás, me ajudou noutro projeto, no clube rival dele, que foi o Despertar.
Quem são os jogadores que aceitaram vestir a camisola do Desportivo de Beja?
Não foi fácil formar o plantel do Desportivo, ao contrário do que seria expectável, relativamente à história deste clube. Este é o plantel que quis estar connosco, são estes os jogadores com quem temos que trabalhar, que temos que acarinhar e respeitar e com os quais contamos para irmos à luta, porque serão várias as batalhas que teremos pela frente.
A manutenção é um compromisso perfeitamente consensual entre a equipa técnica e a comissão administrativa?
Naturalmente! Sedimentarmos o clube neste patamar para permitir que quem vier a seguir tenha um trabalho mais fácil que o nosso na construção do grupo. Os dirigentes que aqui estão merecem isso, fazem tudo para que nada nos falte. Penso que este pode ser, não o ano zero do clube, porque isso não existe, tendo em conta o trabalho que foi feito no ano passado, com a subida de divisão do João Mansinhos, que fez um bom trabalho, e pegando nessa base, com mais um ou outro elemento, tentar fixar a equipa neste escalão.
Em tempo de centenário do clube será importante chegar lá com alguma estabilidade, com os sócios e a cidade à sua volta?
Pensamos que nestas ocasiões é que as pessoas se devem juntar aos clubes de que efetivamente gostam. É muito fácil dizermos que gostamos muito dum clube, que é o emblema da nossa vida e depois, quando o clube nos pede alguma coisa, nós dizemos que não. Foi o que aconteceu com alguns elementos que me deixaram um pouco triste, e tenho a certeza que isso acontece com esta comissão quando tenta captar mais pessoas que poderiam ter outro tipo de intervenção e não têm. Mas essa é uma história da própria sociedade civil e não apenas dos clubes. Quando as coisas estão bem têm muita gente à volta; quando estão menos bem, nem por isso. Portanto, sendo poucos, que sejam bons, porque são os que estão a tentar reerguer o clube e são esses que devemos acarinhar e apoiar.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
Sem comentários:
Enviar um comentário