O andebol da Zona Azul vive um novo ciclo. E uma das maiores novidades deste início de temporada foi a estreia do treinador Joaquim Coelho, também presidente da Associação de Andebol de Beja.
Texto e foto Firmino Paixão
A outra diferença identifica--se na definição dos objetivos, pela afirmação de que a equipa lutará pela qualificação para a fase final do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, com os olhos postos na subida ao escalão superior. O novo técnico, o eborense Joaquim Coelho, explicou ao “Diário do Alentejo” que “foi um apelo que a Zona Azul me fez e eu estou aqui exatamente, não só a responder a esse apelo, mas também porque treinar tem sido a minha grande paixão durante estes anos todos, ensinar esta gente a crescer e a serem cada vez melhores atletas”. O treinador afirma que “estou aqui com o coração aberto, é evidente que cada treinador e cada homem tem a sua forma de estar, há aqui algumas introduções que estão a ser feitas, mas a Zona Azul teve sempre grandes treinadores ao longo da sua história”.
Faltava-lhe este desafio no seu vasto currículo?É verdade, isto realmente não é fácil porque o clube tem tradição no andebol nacional. Eu tenho aqui algumas responsabilidades também, porque o clube normalmente vai às segundas fases, só não vai às fases finais. Eu pus a fasquia um pouco alta quando cá cheguei, vamos ver o que vai acontecer, mas tudo isto é importante, não só para mim, mas também para os jogadores, conhecem outras pessoas, outros métodos. E, acima de tudo, estamos irmanados sempre numa forma muito correta e amiga de honrar a Zona Azul, que é um dos melhores clubes do sul do País e tem que, efetivamente, também ser apoiado, não só pela massa associativa, mas também pelos órgãos competentes desta cidade.
É também o presidente da Associação de Andebol de Beja, por isso, é imperioso perguntar-lhe se não existe conflito de interesses com a sua atual função?É uma pergunta legítima. Mas vejo isto como uma forma de ajudar o andebol. Como calcula, faço a viagem três ou quatro vezes por semana entre Évora e Beja e, no fundo, para quem gosta destas coisas, isso nem sequer se coloca. Distingo perfeitamente as duas atitudes, é evidente que não é muito curial, também percebo isso, mas há uma coisa que é importante dizer: eu tenho feito um esforço grande, desde que cheguei à associação, para que os clubes arranjem mais treinadores e, sabe, há muita dificuldade em formar treinadores. É assim, temos que nos dispor a assumir responsabilidades e eu cá estou para aceitar este desafio enquanto quiserem a minha colaboração.
Referiu que tinha subido a fasquia dos objetivos, isso significa exatamente o quê?Que nós temos de ir disputar a fase final. Esta equipa quase sempre morre na praia e não é por causa dos técnicos, mas cada treinador que entra tem uma ambição diferente, eu não vinha para a Zona Azul depois deste convite honroso para tentar fazer a mesma coisa. É evidente que as coisas podem correr mal, mas eu disse aos atletas e à direção que temos de tentar chegar à fase final do campeonato nacional; ficamos sempre ali à bica na 2.ª fase. Infelizmente, o clube tem ficado em terceiro e quarto lugar e tinha de ficar em segundo, por isso, acho que temos de colocar a fasquia ligeiramente mais alta do que tem sido posta até aqui.
Com a subida de divisão no horizonte?Exatamente. Repare, há quantos anos a Zona Azul está na 3.ª Divisão. E isto também afeta um pouco os jogadores. Vamos tentar, não quer dizer que o consigamos, agora vir para aqui com ideias diferentes e deixar tudo na mesma, isso não. Por isso, estamos a mudar algumas coisas, sem radicalismos, aproveitando o bom trabalho que já aqui estava e alterando alguns aspetos em função daquilo que é a nossa perspetiva do jogo.
Os próximos jogos, Campeonato e Taça de Portugal, serão com o CCP Serpa, um dérbi regional…
Vamos ver, cada jogo tem a sua história e os jogadores sabem que temos que ter cuidado com os jogos em casa. O que trabalhamos durante a semana tem de ser posto ao nível do jogo. Vamos ver como correm as coisas, mas é evidente que estamos a trabalhar no sentido de sermos melhores que os outros. Os jogos em casa são para ganhar e depois pontuar nos jogos fora.
De que impulso precisa o andebol alentejano para ser mais consistente?Quando me fazem essa pergunta respondo com sinceridade que, se não temos mais e melhor andebol, não será por não existirem miúdos que o queiram praticar. Só que as entidades oficiais estão fechadas, as câmaras, os agrupamentos de escolas, eu já quis visitar estes organismos e fecham-me a porta, tenho sempre muita dificuldade, nunca arranjam forma de nós lá chegarmos.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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