sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O regresso à escola


O bejense Pedro Caixinha dirigiu um seminário para os alunos do curso de Desporto da Escola Superior de Educação de Beja, onde também foi docente antes de se profissionalizar na carreira de treinador de futebol.

Texto e foto Firmino Paixão


Foi um regresso à escola, não àquela onde tudo começou, essa foi a Universidade de Trás--os-Montes e Alto Douro, na cidade de Vila Real, onde se licenciou, mas à escola onde durante algum tempo lecionou, antes de optar pela carreira de treinador, que o levou já a várias partes do mundo, nomeadamente ao México, onde recentemente venceu, com o clube Santos Laguna, a Liga Mexicana, a Taça do México e o título de Campeón de Campeones. Por isso, este regresso à Escola Superior de Educação de Beja foi um momento que viveu com natural emoção: “Claro que sim, foi aqui que comecei a minha vida académica ao nível de docente, é uma casa que eu identifico como a minha própria casa, e então é sempre um gosto vir aqui e falar para as pessoas e para os alunos que aqui estão, transmitir-lhes aquilo que é a minha experiência e a minha aprendizagem, que eu antes, enquanto docente, transmitia mais em termos académicos e hoje venho em duas vertentes, a académica e a experiência prática”.
Por outro lado, Pedro Caixinha admitiu: “Considero-me um treinador académico, por aquilo que foi a minha formação inicial e pela forma como vejo as coisas e procuro gerar conhecimento académico, acho que isso é fundamental e é uma coisa que eu não queria perder ao longo da minha vida profissional, porque penso que é fundamental termos conhecimento e fazermos as coisas que fazemos acreditando nelas, com base nesse conhecimento que vamos adquirindo e valorizando”.
O tema proposto foi “Um projeto desportivo: o ponto de vista do treinador. Consolidar o presente, preparando o futuro”. Um painel onde o bejense apresentou “aquilo que do meu ponto de vista deve ser um projeto desportivo e onde é que deve estar enquadrado o treinador em relação àquilo que é o passado, o presente e o futuro desse mesmo projeto desportivo”. E o futuro de Pedro Caixinha? Qual será o seu novo projeto? “Há convites e existem projetos que estão a ser analisados e espero que em finais de novembro, o mais tardar em dezembro, possa ter alguma coisa já definida, resta-me esperar pela melhor decisão, penso que este passado recente me permite não estar desesperado, nem tão ansioso para querer já pegar em qualquer projeto”.
Por agora, disse Pedro Caixinha, “é tempo de refletir sobre aquilo que foi feito e continuar a crescer em termos daquilo que é o conhecimento, ou seja, procurar cada vez mais conhecimento, estar próximo dos melhores. Tenho já uma visita agendada, por exemplo, ao Pep Guardiola e vou continuar a minha vida académica, iniciei agora o doutoramento, porque nestas pausas é quando temos mais tempo para fazer tudo isto”.
Quanto a esse passado recente, que foram os títulos conquistados por Los Guerreros de Laguna, Caixinha confessou: “Foi um clube que me deu muito, um clube que me fez ser quem sou hoje de uma maneira muito mais consolidada e se há uma coisa que sou, quer no mundo do futebol, quer na vida, é uma pessoa grata. Grato às pessoas que trabalharam comigo, que me deram a minha oportunidade e me ajudaram a crescer e, no fundo, é esse o sentimento que tenho pelo Santos Laguna”. E não é por acaso que o seu quotidiano tem estado na mira da objetiva de Daniel Chanona, correspondente em Madrid do canal de televisão mexicano UDN-Univison Deportes, que acompanhou o seminário.
Entretanto, Luís da Cruz Murta, diretor do departamento de Artes Humanidades e Desporto da ESE, que enquadra o curso de Desporto, comentou este regresso de Pedro Caixinha à ESE afirmando: “Procuramos que os nossos alunos tenham uma formação o mais diversificada possível e, principalmente, que lhe consigamos proporcionar contactos com os melhores”. Por isso, especificou: “Se temos a possibilidade de ter entre nós pessoas como o Pedro, que, de facto, se tem provado, pelo seu rigor, pela dedicação e pela sua competência, ser um dos melhores, foi uma oportunidade que não podíamos nunca dispensar”. Um objetivo absolutamente pedagógico, referiu Luís Murta, destacando também: “Aproveitámos a oportunidade de termos cá o Pedro Caixinha para lhe mostrarmos o nosso reconhecimento, porque ele nunca deixou, nem deixará, de ser nosso, da nossa casa, ele também começou aqui, ser nosso docente foi uma das primeiras experiências profissionais que teve, e que pode ter contribuído um pouco para que ele seja o que é hoje. Obviamente que está tudo na sua competência, mas o que ele nos deu também quisemos, de certa fora, retribuir e tivemos a intenção de o homenagear na frente dos nossos alunos para verem que somos reconhecidos para com aqueles que fazem o seu melhor e, neste caso, foi de todo justo e meritório”, concluiu

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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