A Associação Cultural Recreativa e Desportiva Estrela de Santo André regressou neste ano à atividade com a equipa sénior de basquetebol. Trinta e cinco anos após o seu primeiro jogo oficial na modalidade.
Texto e foto Firmino Paixão
Fundado há cerca de 39 anos, o Estrela de Santo André tem no basquetebol uma das modalidades com maior tradição no seu historial. Clube sedeado na cidade de Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, vem de uma prolongada ausência no campeonato sénior. Regressou nesta época à atividade, com uma equipa jovem e com um bom suporte de formação. Os objetivos, sublinhou o treinador Carlos Alves, são modestos e pouco relevantes para este reinício de atividade.
Que expetativa tem o Estrela nesta sua época de regresso ao Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de Basquetebol?Queremos fazer o melhor campeonato possível. Com certeza que não temos grandes ambições em termos de classificação, estamos no ano zero, estamos a começar com um trabalho de jovens e, por isso, não temos a perspetiva de andar lá na frente, nem de ganhar títulos. Vamos tentando melhorar a nossa prestação em cada jogo e com isso fazer o melhor campeonato possível. Todos gostamos de ganhar, mas nesta altura as vitórias não são o mais importante. A atitude destes jovens é fundamental, e pela forma como eles se entregam nos treinos e nos jogos, com certeza que teremos alguns resultados.
O clube regressou com os seniores, mas já possuía escalões de formação numa atividade mais regular?Temos uma boa retaguarda de formação da qual esperamos tirar proveitos mais tarde, mas nesta equipa de seniores temos um grupo de miúdos entre os 18 e os 24 anos que estamos a lançar, neste ano zero, para um projeto a três anos. E aí sim, nessa altura julgo que poderemos tirar algum proveito desse investimento, aproveitando também o trabalho que continua a ser feito com a formação.
Manter a equipa sénior a este nível é, só por si, o grande desafio a que o clube se propôs?Na realidade é. Tivemos várias lesões que afetaram a constituição deste grupo de trabalho e depois, em Santo André, temos outro problema que é o facto de as pessoas trabalharem por turnos, nem sempre reunimos o plantel completo devido a compromissos profissionais e isso, naturalmente, levanta-nos problemas. Por essa razão, e já a contar com eventuais impedimentos, temos à volta de 22 jogadores. Mas temos muitos jovens. O nosso objetivo é aprender, dando o máximo em cada jogo, vamos crescendo e no final deste ciclo certamente que teremos construído uma boa equipa.
O recrutamento é facilitado pela proximidade ao mercado de trabalho que é o Complexo Industrial de Sines?Penso que sim, temos ali um bom mercado. É preciso que façamos um trabalho muito eficaz e seguramente que daqui a uns anos os resultados irão aparecer. É mais fácil, por exemplo, em Santo André do que em Grândola. Santo André tem uma maior proximidade com Santiago do Cacém e Sines tem uma ligação muito estreita com Santo André.
Que peso tem o basquetebol no universo de modalidades que o Estrela de Santo André pratica?Tem bastante. O Estrela tem uma tradição muito grande de basquetebol. Há 35 anos que se realizou o primeiro jogo oficial do clube nesta modalidade, depois a modalidade esteve suspensa a este nível e cá estamos, 35 anos depois, de regresso às competições oficiais em seniores, mas a tradição é grande nesta modalidade.
Um campeonato com duas equipas do litoral, Grândola e Santo André, depois uma em Beja e três em Évora. São poucas equipas no Alentejo?Podíamos ter mais clubes no Alentejo. Não conheço bem o trabalho que tem sido feito pela Associação de Basquetebol do Alentejo, mas estou convencido que podíamos ter mais clubes a praticar basquetebol e até termos um campeonato só com equipas desta região. Se calhar as dificuldades económicas do País também se refletem nos clubes e, por isso, tornar-se-á difícil diversificar a prática desportiva.
E a comunidade de Santo André apoia a sua equipa de basquetebol?Sim, agora existe aquele entusiamo natural pelo regresso da equipa sénior, é verdade que os resultados também serão importantes para manter esse entusiamo, mas acho que em Vila Nova de Santo André, apesar de ser uma terra com características muito próprias, a sua população vai apoiando a modalidade e o clube é acarinhado, por isso, acho que este projeto tem todos os ingredientes para dar resultado.
É desejável que o Estrela brilhe cada vez mais no firmamento desportivo do litoral alentejano?Sem dúvida, isso sim, isso é o mais importante. O tempo o dirá, mas estamos otimistas.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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