As liças testadas ante as realidades desportivas conhecidas nas paragens sul alentejanas, a que acresce à narrativa bagatelas de uma dinâmica porventura hercúlea que jamais se evacuará de uma montra onde se concentram imagens memoráveis, levam- -nos a constringir estímulos que se concentram no prazer em divulgar pequenas histórias que os adeptos teimam em admirar e nós arriscamos restaurar. A familiaridade que, há muito nos move por uma dedicação inevitável a uma causa onde se guardam inolvidáveis relatos, remete-nos para estórias do antigamente que parecem agora meros esboços de ficção. O desporto, no seu todo, ganhou uma inexorável dimensão. Cresceram as infraestruturas, evoluíram as capacidades dos atletas, desenvolveram-se temáticas outrora impensáveis, progrediram outros saberes, vieram novas veracidades e o fenómeno expandiu-se integralmente. O presente assemelha-se como uma antítese do passado. Falemos do Piense Sporting Clube. Após a sua fundação, a 30 de novembro de 1933, o Piense reforçou-se com alguns jogadores de futebol de Serpa. O Baletas, o Tijoleiro, o Catrapulha, o Carrão, o Fernandinho e o Barrocal formaram a ala magna de reforços oriundos da então notável vila como justamente a sua heráldica acentuava com a devida vénia e honra. Francisco Véstia era, na altura, um dos raros sobreviventes dos tempos áureos do Piense e que se predispôs a uma conversa a dois sobre o mítico clube da margem esquerda do Guadiana. Naquele tempo, dizia-me ele, “nós entrávamos em campo sempre bem alinhados, ou seja, à frente ia o guarda-redes com a bola na mão, depois iam o back direito, atrás o back esquerdo, o alfa direito, o alfa centro, o alfa esquerdo, o ponta direita, o meia ponta direita, o avançado centro, o meia ponta esquerda e o ponta esquerda”. Curiosidades de histórias contadas que nos transportam para o campo da saudade. Esta viagem, aparentemente sinuosa, é tão-somente a demonstração provada de que o desporto sempre caminhou sobre uma autoestrada de sistemáticas inovações.
Fonte: http://da.ambaal.pt/n
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