sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A energia invisível


A Escola Kase Ha Shotokan Ryu Karaté Do, de Baleizão, nasceu em julho de 2015 e os seus 26 alunos viveram uma jornada verdadeiramente inesquecível, submetendo-se aos primeiros exames de graduação.

Texto e fotos Firmino Paixão


“Era um projeto que eu tinha há vários anos em mente e que em julho do ano passado consegui concretizar”, revelou Domingos Laneiro, res-ponsável pela Escola Kase Ha Shotokan Ryu Karaté Do de Baleizão, no dia em que os seus alunos, maioritariamente principiantes na modalidade, e que se elevam quase às três centenas, realizaram os primeiros exames de graduação, antecedidos por uma aula ministrada pelo sensei David Vicente, 3.º dan e mestre na Escola de Karaté de Portimão, que avaliou e aprovou as performances dos karatecas da nova escola.
Orgulhoso pelo bom aproveitamento dos seus alunos, Domingos Laneiro, sensei graduado com o 2.º dan, explicou: “Quis montar esta escola numa terra pela qual nutro grande carinho. Sou natural de Serpa, mas já trabalho e conheço as pessoas daqui há cerca de 20 anos”.
A modalidade, de resto, também não é totalmente estranha em terras baleizoeiras. “Existiu aqui um projeto noutro estilo, mas o responsável só vinha cá ao sábado, depois deixou de vir e a atividade perdeu-se, por isso, eu também não fiz muita força para abrir a escola mais cedo, porque conhecia essa situação e estava com algum receio, mas como toda a gente me conhece aqui na terra, sejam as crianças ou os pais, avancei e houve uma boa adesão, vê-se pela quantidade de alunos que aqui temos”. Satisfeito com a resposta da comunidade, o responsável pela Escola de Karaté de Baleizão também está agradado com os apoios recebidos. “Estou bastante satisfeito com isso, os pais dão uma boa ajuda, a junta de freguesia também nos apoia e cedeu-nos uma sala na escola primária onde temos o nosso ‘Dojo’, o município de Beja também nos ajuda, portanto, estamos bem apoiados e felizes pela forma como as coisas estão a correr”.
No dia em que viu os seus alunos subirem na hierarquia da modalidade, de cinturão branco para amarelo (de 9.º para 8.º Kyu), Domingos Laneiro considerou que “foi um momento muito especial, porque foi o dia do primeiro exame dos nossos alunos, foi, digamos, que o segundo passo de um longo caminho que terão que percorrer, e foram todos bem-sucedidos, alguns até com pontuações bastante elevadas”.
Depois, esta é a primeira escola do género em todo o Alentejo, revelou Laneiro. “A nossa escola é de karaté shotokan do mas é kase ha, porque de shotokan existem muitas escolas, mas do estilo kase ha a nossa é a primeira escola que existe no Alentejo”.
E qual a diferença? “A diferença é o estilo e o seu inspirador, o grande mestre, foi o sensei Taiji Kase. Existe uma diferença muito grande, há vários estilos shotokan, mas o kase ha é único”, adiantou Domingos Laneiro. “O karaté kase ha trabalha com a energia interior, com a respiração também fazemos meditação e reiki, temos formação nessas áreas, mas o kase ha é todo na base de energia interior, naturalmente, com alguns aspetos físicos, mas nós inspiramo-nos na energia. O estilo era conhecido por invisible power (a energia que não se via). E nós fazemos todo o trabalho nessa vertente para seguirmos todos os ensinamentos que o sensei Kase deixou cá”.
Identificadas as diferenças, Domingos Laneiro sublinhou que “a escola está de boa saúde. Agora, esperamos por praticantes de outros estilos que queiram vir experimentar o kase ha. Venham à nossa escola, treinamos de segunda a quinta-feira, quatro dias por semana, e estamos também abertos a convites para irmos treinar com outras escolas”, porque, concretizado o primeiro sonho, que foi a abertura da Escola de Karaté em Baleizão, “o próximo será formar cintos negros (dan). É a evolução normal que pretendemos e que todos os atletas perseguem”.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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