sexta-feira, 1 de abril de 2016
Um percurso brilhante
Faltando três jornadas para o termo do Campeonato Nacional de Promoção Feminino, a jovem equipa do Futebol Clube castrense ocupa o quinto lugar da tabela, mas ainda procura subir mais um degrau.
Texto e foto Firmino Paixão
Para trás ficaram já 19 jogos, nove vitórias, três empates e sete derrotas. Saldo positivo conseguido por este grupo de jovens, mesclado de atletas internacionais, que fazem o orgulho do seu treinador, Ruben Lança, uma figura profundamente ligada ao futebol feminino no distrito de Beja, e que aqui fala deste percurso, verdadeiramente brilhante da equipa de castro Verde. Razões para o técnico dizer: “Estou muito feliz e orgulhoso, acho que é muito bom estarmos nesta posição a três jornadas do fim”.
Um bom campeonato, refletido no quinto posto da classificação?Um campeonato à medida do que delineámos. Começámos mal, mas sempre dissemos que faríamos um bom campeonato. Tínhamos esse objetivo, que também era pessoal, por conhecermos muitas das miúdas que trouxemos para cá. Já atingimos algumas metas, uma delas era fazermos mais pontos do que na época passada, por isso, estamos felizes. A equipa tem estado a um bom nível, se calhar mais elevado do que muita gente achava que iria estar, e falamos, talvez, da equipa mais jovem da nossa série.
Mas o quarto lugar está apenas à distância de três pontos…O principal objetivo era fazermos igual ou melhor do que no ano passado e este quinto lugar já supera a classificação da época passada. Ainda não está assegurado, porque ainda estão alguns pontos em disputa, por isso, vamos ver. Mas existe ambição para percorrermos um caminho que nos permita melhorar. No entanto, o desejo que tínhamos de colocar estas miúdas num nível mais elevado e ganharem mais experiência, porque são muito novas, esse está cumprido. Atingir a meta dos 30 pontos foi conseguido, o que vier mais será um prémio para elas e para todos nós, diretores e treinadores, que trabalhamos todos os dias em prol da equipa.
Uma equipa com jogadoras de muita qualidade…Sem dúvida. Desde o início que o assumi, mas a ideia que existia no exterior não era coincidente, porque as miúdas eram muito novas e algumas até desconhecidas, que nunca tinham jogado futebol, mas eu, como conhecia muitas delas, com quem trabalhei nas seleções, sempre disse que no Alentejo existe qualidade, não teremos muitas praticantes, mas as que temos são de qualidade. Estive sempre convicto de que temos qualidade e uma boa margem de progressão para o futuro.
Carolina Silva é internacional e tem outras atletas que já foram chamadas às seleções, o que reforça a motivação de todo o grupo.O trabalho feito anteriormente foi muito bom. Reconhecemos esse mérito. Temos jogadoras que já estiveram na seleção nacional e temos, também, outras que vão às seleções distritais, o que é uma mais-valia em termos de experiência e de motivação, nomeadamente as que estiveram no interassociações, uma competição importante para estas atletas, porque jogam com as melhores do País.
Face à inexistência de competições distritais a formação destas atletas faz-se em competição?Isso é o mais complicado deste trabalho, mas, se calhar, será o mais gratificante. Temos dois desafios, o de colocar a equipa a jogar ao nível das seniores, para que elas tenham motivação, e, ao mesmo tempo, temos que formar atletas com 15 e 16 anos. Temos algumas miúdas a treinar connosco que não podem competir, mas que continuam a vir aos treinos, o que é, simplesmente, fantástico. Mas tentamos fazer com que a competição distrital regresse. No princípio da época falei com muitos técnicos e dirigentes de clubes que têm futsal feminino e garanti que não iria buscar jogadoras se eles fizessem equipas, porque elas serão fundamentais para a continuação do futebol feminino no distrito. Sempre tive esse cuidado, porque, defendendo as cores do castrense, também temos que pensar no futebol feminino como um todo.
O castrense reuniu uma seleção de valores e, se calhar, teve alguma “culpa” no desmembramento de outras equipas?Eu não digo que teve culpa. Vejo isso noutra perspetiva. O castrense deu oportunidade às melhores de competirem a um nível a que, se calhar, nunca chegariam e, para algumas jogadoras que temos aqui, estarem no campeonato nacional pode ser a razão de ainda se manterem em atividade, caso contrário teriam perdido a motivação. Continuo a lutar para que cresça o número de clubes com futebol feminino, integrando até algumas miúdas que estão no centro de treino em clubes, para que o crescimento seja mais sustentado, dando oportunidade a quem queira competir a um nível mais elevado e para que os clubes distritais tenham atletas para poderem competir.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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