sexta-feira, 27 de maio de 2016
Um árbitro tolerante
César Leitão nasceu em Aldeia de Palheiros há 28 anos, uma década antes da queda do “meteorito do Carapetel” ter iluminado aquela “aldeia branca onde a lua vem poisar” do concelho de Ourique.
Texto e fotos Firmino Paixão
O seu percurso no futebol começou no emblema do seu concelho, o Ourique Desportos Clube, que representou nos escalões de benjamins, iniciados e juvenis. Aos 14 anos, metade dos que agora lhe suportam uma boa compleição física, mudou o rumo da sua carreira: “Entrei no mundo da arbitragem a convite de um antigo árbitro, Manuel Ventura, para desempenhar as funções de assistente nos jogos do campeonato do Inatel”. Porém, assegura o agora técnico de contabilidade: “Dois anos mais tarde decidi frequentar um curso de árbitros do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Beja e já vão outros 14 anos de carreira de árbitro, dois deles nos quadros do Inatel”.
Contabilizando sucessivos êxitos, o que provavelmente faz por instinto profissional, chegou o tempo de se destacar no plano distrital e tentar novos desafios. Recentemente eleito como “Árbitro do ano”, notícia que recebeu “com enorme alegria e satisfação, foi um sonho tornado realidade”, não tanto com supresa, porque “era uma classificação que esperava, pois a época estava a correr bem e tudo indicava que tal poderia acontecer”, irá no próximo Dia de Camões, 10 de junho, prestar provas para acesso ao escalão nacional.
“Desde o início da época que me foquei nesse objetivo”, confessa César Leitão, concordando que uma boa época de um árbitro também depende da qualidade e das decisões dos seus assistentes: “Claro, todos os meus colegas têm qualidade, de todos os que me acompanharam nesta época, (principalmente André Baltasar e António Guerreiro), só tenho que agradecer por toda a ajuda”. Os primeiros 10 classificados da categoria C3 ficaram separados por escassas décimas porque, referiu, “todos os árbitros têm bastante qualidade, daí as pequenas diferenças na classificação”. A distinção de “Árbitro do ano” não modificará os seus hábitos: “Continuarei a ser o que fui até aqui, não mudará nada a não ser que irei trabalhar ainda mais e melhor”.
César Leitão considera-se “um árbitro tolerante, gosto de deixar jogar, tento falar ao máximo com os jogadores para que corra tudo bem”, no entanto, nestes 14 anos de carreira, nem tudo foram rosas, por isso, contou que o pior momento deste percurso aconteceu no Campo Celorico Drago, em São Marcos da Ataboeira: “Foi no jogo São Marcos vs Vale Vargo, para a Taça do Distrito de Beja”. E explicou: “Expulsei um jogador do Vale Vargo durante o jogo e, no final da partida, ele dirigiu-se a mim em tons ameaçadores, sendo intercetado pelos colegas da equipa”.
A melhor recordação remonta à época 2009/2010 quando o árbitro João Pereira o convidou para ser seu assistente no quadro nacional, um estatuto que tentará consolidar nas provas que vai prestar no dia 10 de junho, onde estará acompanhado por Pedro Jonas e Miguel Serpa, todos a tentarem ocupar uma vaga no quadro nacional, embora a profissionalização não esteja nos seus horizontes.
O juiz ouriquense, que se inspira no seu colega e amigo André Baltazar, que muito lhe ensinou e ajudou a evoluir, avalia a arbitragem distrital considerando: “Neste momento existem árbitros de grande qualidade. Temos árbitros jovens que podem ter um excelente futuro”, adiantou.
E poderá o seu exemplo incrementar o futebol no seu concelho trazendo, de novo, para a ribalta o Ourique Desportos Clube? “Espero que sim! Apesar de achar que deve ser um pouco difícil. Com esta distinção espero também que as pessoas, principalmente os mais jovens, se interessem pela arbitragem”, conclui.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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