sexta-feira, 24 de junho de 2016

É preciso acreditar...


Um século de história, um rol infinito de estórias e de muitas glórias. Cem anos de muitas paixões e maiores emoções. Cem anos de muitas vitórias, de inúmeras aventuras, de jornadas de êxito e de lutas inglórias.

Texto e fotos Firmino Paixão

Cumpriu-se o centenário! Os sócios, os adeptos, os amigos, os atletas e dirigentes, enfim, o povo do Desportivo de Beja, apagaram as velas do centenário e celebraram a sua sobrevivência. Comemorou um percurso que nem sempre foi fácil, nem sempre bem-sucedido, mas sempre foi digno. Se a chegada até aqui enobrece o seu passado, também obriga a projetar o futuro. O rosto de todos os jovens que hoje vestem a camisola do clube esteve sempre projetado na imagem das antigas glórias, nos obreiros deste percurso de 100 anos, que manteve erguida a torre de menagem entre as duas espigas douradas da sua heráldica. O Luso, o União e o Pax Julia são o passado, mas o Desportivo de Beja é o presente e terá de ser o futuro. Mas é preciso acreditar! “Vamos lá rapazes, vamos ser audazes …”, diz o refrão do seu hino.
A gala do centenário foi um bonito evento, marcado pela matriz da solidariedade entre duas entidades centenárias da cidade, a Capricho Bejense e o Desportivo de Beja. A saudade dos rostos projetados e a sonoridade dos instrumentos da filarmónica, a dança dos nomes e a silhueta das figuras, o ritmo da palavras que as evocavam, porque o fado é sempre o mesmo, lembrar o passado para projetar o futuro, tendo a etnografia alinhada com as vozes meigas que encantam e celebram o Alentejo. O castelo de Beja de novo a marcar o olhar sobre a planície onde se enraizou e cresceu a história de um clube que ao longo dos tempos mostrou vigor, ecletismo e nobreza.
Os homens são parte da sua história, os de ontem e os de hoje, esses heróis que trouxeram em ombros o Clube Desportivo de Beja até ao dia do centenário, os veteranos que assinaram os melhores momentos, a comissão que suporta a estrutura e por quem Sérgio Zambujeiro deu o rosto, para lembrar que “um clube sem sócios não é um clube, porque deles depende a sua história e a vontade de chegar mais longe”. E disse ainda: “O Desportivo foi sempre um clube dos sócios e para os sócios”. Aproveitando para “expressar uma sentida homenagem a todos os que, infelizmente, já não estão entre nós e que, de uma forma ou de outra, defenderam o bom nome do clube até aos seus últimos dias”. Agora é preciso arregaçar as mangas, avisou Sérgio Zambujeiro, “o clube precisa de todos os que gostam dele, precisa que todos olhem por ele, mas acima de tudo de todos os que honrem a sua história e o mantenham vivo”. Por isso, dirigindo-se aos jovens atletas da formação, recordou que “na camisola que envergam, junto ao vosso coração, existe o emblema de um clube que, além de simbolizar um século de história, traz, também, junto a ele, o nome de uma cidade e de uma região, que devem sempre honrar e dignificar”.
Sentimentos ratificados pelo líder da mesa da assembleia-geral do clube, Rogério Palma Inácio, ao afirmar “quão fantástico é vestir a camisola vermelha e preta com os símbolos da nossa cidade, partilhar os valores do saber fazer, saber ser e saber estar, tanto no desporto como na vida, valores que fazem parte do lema ‘Somos Desportivo’”.
Mas se Palma Inácio advertiu que “o nosso clube não está, infelizmente, numa fase fácil, pretendemos ultrapassar as dificuldades existentes a nível financeiro” e apelou aos simpatizantes e adeptos que se tornem sócios, porque “todos juntos seremos mais fortes”, também ouviu, depois, o autarca bejense João Rocha lembrar que, “independentemente das dificuldades, é preciso acreditar no futuro”. João Rocha saudou todos os que contribuíram para que o clube fizesse 100 anos e recordou que “é de muita responsabilidade deixar cair um clube que é fundamental para a cidade de Beja, para o concelho e para a região”. E anunciou que “estamos empenhados em resolver o problema do centro histórico e faremos algo junto da sede do clube, que permitirá ao próprio Desportivo de Beja dar outra dinâmica, não só ao clube, mas dar outra dinâmica ao próprio centro histórico”. 

Fonte: http://da.ambaal.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário