José Saúde
O desporto é feito por ciclos que o tempo
paulatinamente vai aperfeiçoando. O Despertar Sporting Clube nasceu de
uma fusão entre os grupos o “Libertário” e o “Infantil”, sendo que a sua
fundação deu-se a 24 de junho de 1920. Rapazes, alguns com 13 e 14
anos, reuniam-se sob a luz ténue de um candeeiro público a petróleo
junto a uma estalagem designada por “Bárbara Meneses”, local onde se
situa a avenida Fialho de Almeida, em Beja, e ali discutiam o futuro da
novel agremiação. A escolha das cores do equipamento obedeceu a
despiques renhidos, optando-se pelo encarnado e preto nas camisolas que
simbolizavam o êxtase da cidade e o branco dos calções talvez pureza
pela aventura encetada. Após anos de disputas com outros clubes da
cidade, eis que em 1933 o equipamento foi definitivamente homologado.
Manuel Gonçalves Peladinho foi o primeiro presidente do Despertar, sendo
o seu legado reconhecido. No palanque do velhinho grémio sobressai a
indestrutível dádiva para a propensão eclética no vasto mundo das
atividades desportivas. Narram os estatutos que só o boxe sempre viu as
portas da coletividade inacessíveis. O “Rasga”, alcunha que perdura, é
há muito uma referência no universo da formação. Basta olhar para os
seus notáveis feitos no futebol juvenil e conclui-se que a excelência é
uma inquestionável realidade. Os títulos caem em catadupa e o espírito
vencedor dos atletas é merecedor de rasgados elogios. Das suas fileiras
saíram jogadores que brilharam em clubes de nomeada nacional. Muitos
pisaram palcos de gabarito elevado carregando consigo a chancela
despertariana. Tempos houve, cerca de 20 anos, em que o escalão sénior
não fez parte da estrutura competitiva. Todavia, tudo foi ultrapassado e
os dirigentes apostaram, a certa altura, na categoria superior. Na
próxima época, 2016/2017, o Despertar regressa à primeira divisão da
AFBeja. Carlos Guerreiro, vulgo Cajó, será o homem do leme de um barco
que sustenta um plantel disposto a executar um trabalho profícuo e
lutar, em campo, com o mais atrevido adversário.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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