sexta-feira, 22 de julho de 2016

O Despertar é grande


Alexandre Leal fez um compasso de espera antes de apresentar a sua recandidatura a um novo biénio na liderança do Despertar. Esperou o aparecimento de outras listas, o que não veio a acontecer. E avançou.

Texto e foto Firmino Paixão

A sua candidatura esteve sempre pensada, ainda que estivesse hibernada, disse o dirigente ao “Diário do Alentejo”. Alexandre Leal achava que seria importante aparecerem outras pessoas com motivações para ajudarem o Despertar, mas quando chega a hora da verdade não aparece ninguém, referiu ainda. Por isso, reuniu um grupo de pessoas que gostam do clube, pessoas que sabem respeitar os outros e conviver bem com o seu sucesso. A caminho do centenário o dirigente promete dinamizar outras modalidades, oferecer a oportunidade de prática desportiva a mais crianças, com um Despertar sempre mais forte e dinâmico.

Não é fácil liderar um clube em que a ambição é permanentemente crescente?
Quem vier para aqui herdará sempre uma responsabilidade bastante grande. O Despertar é um clube muito grande, maior daquilo que eventualmente as pessoas possam imaginar, porque a sua dimensão ultrapassa as fronteiras do concelho e do distrito. Há muitos anos que se tornou a grande referência de formação do Baixo Alentejo e isso responsabiliza-nos, não só pela questão de estarmos regularmente presentes em campeonatos nacionais, mas, sobretudo, porque recebemos crianças que se tornam homens neste clube. Sendo óbvio que a componente desportiva é essencial, a componente humana é muito mais importante para nós. Queremos que eles aprendam a jogar à bola, tornando-se melhores pessoas.

Que ideias alinhavou para este novo mandato?O principal objectivo é aproximar o clube dos sócios. Não é aproximar os sócios do clube, o Despertar é que tem de procurar os sócios, porque se afastou um bocado deles. Recebe e forma atletas, promove jogos ao fim de semana e o processo acaba por aqui. O Despertar, durante muitos anos, foi um clube muito ecléctico em que o futebol não era a modalidade mais importante. Queremos torná-lo mais ecléctico. Não será fácil, as infraestruturas existentes na cidade estão limitadas e o orçamento também nos condiciona, mas gostaríamos de continuar a crescer. Sabemos que ainda existem muitas crianças que não fazem desporto nesta cidade. Por um lado, porque não gostam de futebol, ou porque as equipas estão cheias e não os podemos receber, mas há outras modalidades que despertam a atenção dessas crianças.

Conquistaram dois títulos importantes, um em juvenis, outro da 2.ª Divisão em seniores, também a manutenção dos iniciados e juniores em campeonatos nacionais…Não vou dizer que este ou aquele título foi mais importante que o outro. Foram os dois importantes e ficam no mesmo patamar, por situações diferentes. Os juvenis porque tinham uma equipa praticamente de atletas de primeiro ano, sobre a qual foram sendo colocadas muito reservas ao seu trabalho e ao da equipa técnica. O que acabou por acontecer foi uma época renhida, e ainda bem que foi assim para o futebol, mas foi uma equipa que venceu a Taça Distrito e sagrou-se campeã na última jornada. Nos seniores foi um objetivo que colocámos logo que aqui chegámos. Em conversa reservada, que nunca divulgámos, com o mister Jorge Palma, acertámos que o objectivo era sermos campeões e acedermos à 1.ª Divisão. Conseguimo-lo com muita dedicação do plantel, dos técnicos e dos dirigentes que acompanharam a equipa, a quem agradeço bastante o esforço grande, porque existiram situações que dificultaram o que seriam as condições ideias para trabalhar.

Carlos Jorge Guerreiro voltou para treinar os seniores. Com que metas?O Carlos Jorge é um despertariano. É um homem desta casa que desde o primeiro momento e, ao longo destes dois últimos anos, me deu bastantes conselhos. Fiz-lhe vários convites para regressar para junto de nós, os quais foi sempre negando, por razões pessoais. De desta vez consegui convencê-lo e julgo que é a pessoa certa, no lugar certo. Temos o objetivo de dignificar a camisola do clube. Não temos as mesmas condições que outros porque não pagamos salários aos atletas, mas julgamos que com jogadores formados nesta casa e outros, porque, inevitavelmente, isso terá de acontecer, faremos uma equipa competitiva. Faremos um campeonato com os olhos postos na permanência.

O Despertar está a quatro anos de celebrar o centenário. Vai chegar lá com mais sócios, mais dinâmica, mais sucesso?Estamos a planear uma campanha de aproximação aos sócios, queremos aumentar o número de associados, queremos cimentar a dimensão do clube, fazê-lo crescer para chegarmos ao centenário com um clube de maior dimensão no que respeita à sua essência, que são os sócios, e espero que as modalidades nos possam trazer mais e melhores sucessos. 

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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