O Beja Atlético Clube projectou-se a nível nacional, em resultado das conquistas dos seus atletas. O quarto lugar conseguido nos Campeonatos Nacionais de Estrada foi o expoente máximo da última época desportiva.
Texto e foto Firmino Paixão
Um ano com muitas corridas, muitas vitórias e maior sucesso, assim se caracterizou a última temporada desportiva do Beja Atlético Clube, ao nível da sua equipa de seniores. “Uma época inesquecível, com resultados antes impensáveis”, referiu Bento Palma, director desportivo da equipa, que, numa avaliação ao trabalho realizado, atribuiu todo o sucesso e visibilidade do atletismo bejense ao valor e dedicação dos seus atletas.
Uma época de muitas vitórias e muito sucesso.Também de muitos treinos, muito esforço, muito trabalho individual e de equipa e uma grande motivação dos atletas. As vitórias vieram como consequência do trabalho que foi feito na preparação para as provas e no planeamento ao longo da época, trabalho que também é determinante.
Quanto mais for o sucesso da equipa maiores serão as exigências na sua retaguarda?A retaguarda tem de funcionar ao mesmo nível dos êxitos que os nossos atletas vão conseguindo. É um trabalho exigente, quer para os atletas que têm que se preparar diariamente, quer para quem tem de garantir que nada lhes falte, para chegarem às provas e tudo sair na perfeição.
Todas as vitórias são importantes, mas há sempre uma especialmente relevante? Sim, foi o quarto lugar que conseguimos no Campeonato Nacional de Estrada. Não é em todas as épocas que uma equipa completamente amadora consegue ficar logo atrás de um Benfica, de um Sporting e do Maia, emblemas que são as maiores potências do atletismo nacional. Depois, neste ano, foram batidos vários recordes distritais, e a maioria já durava há muito tempo. Dou como exemplos o recorde da maratona, que se mantinha desde 1986 e caiu neste ano. O recorde dos 5 000 metros que primeiro foi batido pelo Bruno Paixão, com 14.37’, na fase de apuramento dos Campeonatos de Portugal, em Setúbal, e, posteriormente, ele próprio foi à fase final desses campeonatos e conseguiu um brilhante 6.º lugar, com um novo recorde distrital. O atleta Mussa Djau conseguiu o seu primeiro pódio também nos 5 000 metros dos Campeonatos de Portugal, ganhou uma medalha de bronze a nível nacional, o que nos encheu de grande orgulho.
Mercê de todos esses triunfos o Beja Atlético Clube ganhou projeção a nível nacional?Nesta época podemos dizer que o Beja Atlético Clube carregou o peso de ter Beja no seu emblema. Projetou a cidade e deixou de ser aquela equipa que vem do interior. Já nos respeitam e olham como uma equipa de grande valia e isso orgulha-nos a todos.
Bruno Paixão no setor masculino, Patrícia Serafim no feminino, são os vossos atletas de topo, mas depois há uma segunda linha muito forte?Sem dúvida, o Bruno no setor masculino é, digamos, o nosso chefe de equipa, ele é o atleta que tem a responsabilidade de a conduzir, de ser o primeiro, e depois os outros, que sendo tão importantes como ele, fecharão a retaguarda do grupo. A Patrícia, pelo valor inquestionável que tem, é a nossa referência no setor feminino, é pena que seja a única. Bem gostaríamos de dar uma equipa feminina à Patricia, ela tem sido no expoente máximo, conseguiu um 14.º lugar no crosse longo, nas Açoteias, mas se tivesse uma equipa ao seu lado, se calhar, estaria mais motivada.
Num clube amador, com poucos recursos e poucos apoios, como se consegue reunir um lote de atletas com tão grande qualidade?O Beja Atlético Clube tem a sorte de a maioria dos seus atletas ter um trabalho estável e, por isso, não nos fazem grandes exigências. O que nos pedem são coisas razoáveis, e, então, o clube consegue juntar atletas de grande qualidade e com um investimento muito reduzido. Mas eles merecem muito mais do que tudo aquilo que o Beja Atlético Clube lhes consegue dar.
O clube não tem descurado a formação? Temos muitos atletas na formação e esperamos que, no futuro, esses jovens consigam dar seguimento aos excelentes resultados que a nossa equipa de seniores e veteranos tem alcançado nas últimas épocas. Vamos manter esta aposta na formação e vai continuar esse trabalho de descoberta de novos talentos.
Que projetos existem para a próxima temporada? A vossa equipa já é creditada como a melhor do distrito?A próxima época tem vindo a ser preparada. Creio que será possível mantermos o núcleo duro, projetamos ainda a entrada de alguma mais-valia que nos possa ajudar a alcançar um pouco mais do que até aqui, e isso significa, ainda não um pódio nacional coletivo, mas aproximarmo-nos um pouco mais ao terceiro lugar. Os nossos adversários reconhecem que o clube conseguiu feitos que ninguém antes conseguira e que foram muito meritórios.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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