sexta-feira, 22 de julho de 2016
Uma formação de referência
Terminou em Beja mais um curso de treinadores de futebol “UEFA C” grau 1, ação promovida pela Associação de Futebol de Beja, que decorreu ao longo dos últimos três meses e envolveu cerca de 25 candidatos.
Texto e fotos Firmino Paixão
Inês Miguel, 26 anos, ex-jogadora de futebol, licenciada em Desporto pela Escola Superior de Educação de Beja, já experienciou a orientação de uma equipa de infantis no Clube de Futebol Guadiana, em Mértola, sua terra natal. Como jogadora conquistou vários títulos com as camisolas da Casa do Benfica de castro Verde e do Futebol Clube castrense e foi a única mulher a candidatar-se ao diploma de treinadora. E esta foi uma das grandes novidades deste curso.
Outra novidade foram os três técnicos brasileiros que cruzaram o Atlântico para frequentarem esta formação ministrada em Beja. Tácio Medeiros, 26 anos, oriundo de Rio de Janeiro, trabalha com os escalões de formação do Flamengo e foi ele a desvendar: “O nosso objetivo é ficarmos com um curso de treinador de futebol que seja reconhecido pela UEFA, porque será também reconhecido pela FIFA e dará para trabalhar no mundo inteiro, depois porque na Europa, nomeadamente em Portugal, existem excelentes métodos de formação”.
Juliano Costantin, 23 anos, e Guilherme Bedin, 27 anos, vieram de Caxias do Sul, no estado de Rio Grande do Sul, e são treinadores das escolas de futebol do Esporte Clube Juventude, clube ao qual esteve ligado Luís Filipe Scolari, antes de o conhecermos como o treinador que levou Portugal à final do Europeu 2004, que se disputou em Portugal.
Juliano e Guilherme vivenciaram antes uma curiosa experiência em Portugal, através de um estágio no departamento de formação do Sporting Clube de Portugal, onde procuraram aprimorar os seus conhecimentos. Ambos são diplomados pela federação brasileira, contudo, a UEFA não reconhece a formação ministrada no Brasil, validade para que os seus titulares exerçam a profissão de treinador na Europa.
Na hora de avaliarem os conhecimentos adquiridos os formandos foram unânimes. Tácio, vindo da “cidade maravilhosa”, confessou: “Correu muito bem, aprendi bastante, como já tinha alguns cursos não teve tanta novidade, mas sempre foi um pouco diferente e é algo que vai complementar a minha qualificação. Depois voltarei para fazer os níveis 2, 3 e 4, a minha intenção é fazer todos os níveis, para que a minha qualificação seja globalmente reconhecida”. Quanto a Guilherme, revelou: “Fiquei surpreendido com a grande dinâmica das aulas, uma didática bastante atenciosa para com os alunos e dentro do campo também valorizámos muito a formação que já trazíamos do Brasil. O objetivo agora é completar a formação desde o Nível C ao Nível Pró, mas já melhorámos muito essa cultura desportiva que trazíamos do nosso país. A nossa estadia aqui custou algum dinheiro, mas o conhecimento que adquirimos não tem preço, daqui a algum tempo, certamente, teremos algum retorno. O futebol em Portugal é diferente, aqui aprendemos novos princípios de jogo e novos esquemas tácticos, é diferente do que conhecíamos”. Já para Juliano a experiência neste curso foi muito gratificante. “Todos saímos daqui satisfeitos com a metodologia de ensino usada nesta formação, a nossa é mais antiga, os miúdos jogam logo futebol de 11 e aqui têm várias etapas em que vão progredindo. Agora iremos partilhar o conhecimento que levamos daqui, para, aos poucos, melhorarmos o futebol brasileir”.
Inês Miguel, já licenciada em Desporto, tem o sonho de chegar longe, tal e qual como enquanto jogadora, onde uma lesão lhe abreviou a carreira.“Quis completar os conhecimentos, porque cheguei a uma altura em que necessitava de mais qualquer informação do que a licenciatura me tinha dado e tirar este curso foi uma boa escolha, porque aprendi coisas novas, a licenciatura incide mais na pedagogia, não tem tanta componente tática”.
Depois, a integração no grupo foi perfeita. “O futebol não é só para homens”, acentuou, “integrei-me bem neste grupo, onde fui a única mulher. Trataram-me bem, embora não facilitassem em nada por ser mulher. Foram espetaculares, fiz tudo o que eles fizeram, e, às vezes, melhor, e isso foi uma motivação para mim”.
Inês, atualmente, está a trabalhar com as seleções femininas sub/13 e sub/16 da AFBeja. E depois? “Bom, terei de fazer o estágio e depois gostaria de continuar nos escalões de formação do clube da minha terra, embora a minha carreira profissional seja preponderante para o meu destino”.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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