sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Focados nas vitórias
O treinador do Moura está confiante numa boa época, embora seja crítico do atual figurino competitivo do Campeonato de Portugal. Enaltece a boa organização do clube, mas pede maior carinho dos sócios.
Texto e foto Firmino Paixão
O campeonato devia ser uma prova de regularidade e não é, são duas provas de velocidade, considerou o treinador setubalense Tiago Raposo, 30 anos, que foi adjunto de Nelson Santos e assumiu a equipa no final da época passada, como treinador principal e já com a manutenção garantida. Com a confiança renovada para mais uma temporada, o treinador assume que tem uma boa empatia com os mourenses, uma grande relação com o presidente, com os restantes diretores e com todos os colaboradores do clube e, por outro lado, elogia a estabilidade e boas condições de trabalho que o clube lhe proporciona.
Um planeamento muito profissional e excelentes infraestruturas são aspetos facilitadores do sucesso desportivo?
O clube está cada vez melhor. Tenho de felicitar a direção que, de há quatro anos para cá, tem feito um esforço no sentido de valorizar toda a organização do clube, seja na área dos seniores, seja na formação, seja nas diferentes áreas de apoio à atividade desportiva. Tem sido um esforço gigantesco. O Moura está muito organizado, muito estável e, se calhar, seria injusto da minha parte, por todo o apoio que tenho tido, abandoná-lo numa fase tão complicada, por isso decidi dar a minha ajuda.
A ambição é crescente mas a capacidade de investimento, o orçamento, tem vindo a diminuir?
Tivemos um revés ao nível do investimento. Não podemos ter o orçamento que desejávamos e que o clube merecia, para lutar por metas mais ambiciosas, mas nem sempre o dinheiro gera sucesso e nós, acreditando nessa ideia, estamos convictos de que com o trabalho e com algumas escolhas acertadas, ainda que com menos dinheiro, podemos também fazer alguma coisa interessante. O nosso objetivo é claramente a manutenção, mas ninguém jogará para perder, nem para empatar. O nosso foco serão sempre as vitórias e se as conseguirmos ficaremos sempre mais perto da outra fase. Seria excelente, em dois anos consecutivos, disputarmos a fase de subida.
A Taça de Portugal é outra das frentes competitivas onde procurarão chegar o mais adiante possível?
Queremos, de facto, chegar o mais longe possível, toda a gente sabe que a Taça de Portugal é um bocadinho o abono de família dos clubes; quanto mais longe forem mais conseguem beneficiar em termos financeiros.
Na última época o Moura garantiu a permanência na primeira fase, mas o resto da época foi um pouco atípica.
Foi um bocadinho. A saída do treinador mexeu um pouco com a equipa e as coisas não correram bem. A direção e o técnico que estava na altura decidiram que estava chegado o fim dessa relação e foi nessa altura que eu assumi a equipa. O grupo ficou um bocadinho partido, nós tentámos reagrupá-lo e refazer a equipa, e conseguimos, mas também tivemos um bocadinho de azar porque a classificação não correspondia ao que fazíamos em campo, e é tanto assim que pusemos quatro jogadores no 11 ideal da zona sul, sinal de que tínhamos qualidade.
O campeonato vai ser diferente, só levam um quarto dos pontos para a segunda fase e as séries serão refeitas no final da primeira fase.
Sou um crítico deste formato de competição. Um campeonato deve ser uma prova de resistência e não duas provas de velocidade que é exatamente o que temos neste momento. Uma primeira fase em que os dois mais rápidos ficam apurados e, depois, a segunda fase em que para assegurar manutenção tem que se pedalar para não descer. Não faz sentido nenhum. A regularidade e a verdade desportiva não assentam nestes moldes. Não são premiadas as equipas que têm maior regularidade. Mas é o que temos e é dessa forma que temos de trabalhar, focados, pelo menos, no segundo lugar. Mas se for o primeiro, tanto melhor.
O plantel oferece garantias de atingir essas metas?
Temos um plantel muito mais jovem do que no ano passado. Temos jogadores com uma margem de progressão muito interessante, atletas muito humildes e disponíveis para trabalhar e isso, para qualquer treinador, é delicioso. Sei com o que posso contar, e acredito que temos um grupo com grande caráter e com uma grande atitude.
Uma boa presença dos sócios e adeptos ajudará a galvanizar a equipa?
Vim a Moura há quatro ou cinco anos, com o Pinhalnovense, e fiquei impressionado com a grande moldura humana no estádio. Mas isso tem vindo a perder-se um bocadinho. O Moura leva sempre o nome da cidade fora de portas e isso é fundamental, é um clube aberto à comunidade. A cidade devia estar mais com o clube, quanto mais o clube crescer mais crescerá a cidade de Moura. Temos que dar as mãos. Gostava muito que as pessoas viessem ao estádio para nos ajudarem a ter sucesso.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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