O Clube Desportivo Praia de Milfontes tem conseguido, nas últimas épocas, uma regularidade competitiva elevada. Sem se assumir como candidato, tem entrado na luta pelo título. Este ano o discurso é igual.
Texto e fotos Firmino Paixão
O treinador do Milfontes, Fernando Candeias, afirma que voltará a privilegiar a qualidade do futebol praticado pela sua equipa e a luta constante de três pontos em cada jogo, consolidando o estatuto do Milfontes enquanto equipa de topo do campeonato, em detrimento da obsessão pelo título. O campo Foz do Mira também não permite a realização de jogos do Campeonato de Portugal, uma contrariedade que limita a ambição e com a qual o clube se habitou a conviver.
O Milfontes é candidato a vencer o próximo campeonato distrital?Não! Não vemos as coisas dessa forma, a nossa proposta sempre foi andarmos nos lugares cimeiros, praticarmos futebol com qualidade e afirmarmo-nos como uma equipa do topo neste campeonato. Há outros clubes, nomeadamente o castrense, que já se assumiu como candidato. Respeitaremos todas as equipas, temos consciência que existe muita qualidade neste distrito, não só ao nível de jogadores, mas também de treinadores, portanto disputaremos cada jogo tentando conquistar os três pontos e, tal como no ano passado, não vamos pensar no título.
No ano passado o título esteve ali tão perto…Na época passada, embora as coisas nos tivessem corrido muito bem durante muito tempo, o título nunca foi o nosso objetivo principal. Este ano será igual. Tentaremos dar o nosso melhor, temos um grupo de jogadores algo diferentes do que no ano passado, mas vamos esperar que as coisas nos voltem a correr bem.
O Milfontes tem ameaçado a subida de divisão e um dia isso terá que acontecer, ainda que não o assumam abertamente?Vemos isso com naturalidade, mas não queremos que constitua nenhuma obsessão. Neste momento as camadas jovens do clube já conseguiram alguns feitos a nível distrital e, um dia, se Deus quiser, serão os seniores. Quando? Não sabemos. Sabemos que não queremos que isso se torne uma obsessão, mas queremos que surja como consequência do bom trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no clube.
O campo Foz do Mira não possui as medidas regulamentares e isso obstaculiza a subida aos escalões nacionais?Sim, isso é um lamento da nossa parte. Não temos um campo com as condições suficientes para, por exemplo, termos ali jogado para a Taça de Portugal, para atuarmos junto dos nossos adeptos. O trabalho que tem sido desenvolvido já justifica isso e nós acreditamos que os responsáveis estão atentos e, no futuro, esse será mais um passo para o desenvolvimento do clube. Se é um fator que limita a ambição? Claro que é limitador.
Que plantel tem para esta época, sendo certo que saíram alguns jogadores habituais titulares?Fruto do trabalho que foi feito no passado, as outras equipas já olham para o Milfontes de uma maneira diferente do que acontecia há uns anos, e isso originou a saída de alguns jogadores. Ficámos com um plantel curto, mas temos qualidade futebolística e humana, mas esse plantel curto vai de encontro às expectativas que temos com a equipa de juniores, onde temos muita qualidade e, portanto, a porta dos seniores está aberta para eles.
Os reforços compensaram a qualidade dos atletas que saíram?Nós acreditamos que sim, sabendo que cada jogador tem características muito próprias. Estamos num mercado algo limitado de jogadores, mas os que vieram trouxeram muita ambição, estão plenamente integrados no grupo e eu estou muito satisfeito com eles e pela forma como foram recebidos pelos jogadores mais antigos. Claro que se pudéssemos ter mais um ou dois jogadores seria interessante, mas não é possível e nós também não estamos aqui para arranjar desculpas, mas para arranjar soluções.
Quem são, para si, os candidatos à vitória no campeonato?Penso que o castrense é o principal candidato e acho que o Vasco da Gama e o Serpa são equipas que terão uma palavra a dizer, porque têm conseguido um trajeto muito interessante e são equipas com muita qualidade.
Está atento e disponível para potenciar o trabalho feito nos escalões de formação?Somos uma família. Todos remamos para o mesmo lado e temos a sorte de contar com miúdos que gostam de jogar futebol e que cada vez mais se identificam com o clube. Querem aprender e isso, para nós, é uma grande satisfação. Toda a estrutura técnica do Milfontes está atenta e em todos os momentos ao que acontece dentro do campo Foz do Mira.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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