O mérito desportivo

Chega ao fim um “ano de graças” para o desporto alentejano e para um variadíssimo leque de desportistas da região, bem-sucedidos em várias frentes. Um balanço francamente positivo, que registamos com agrado.

Texto e foto Firmino Paixão

Na transição entre os ciclos olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020 foi tempo de renovação de mandatos, em alguns casos, com a renovação das equipas dirigentes, noutros, avalizando a continuidade das anteriores. Destacamos, em espaço apropriado e de uma forma mais detalhada, a participação da marchadora Ana Cabecinha e do paraciclista Luís Costa nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, ambos com prestações excecionalmente honrosas. Ficou também sublinhado o mérito do Beja Atlético Clube com um feito inédito no Campeonato Nacional de Estrada de 2016. Os seus atletas, com o portalegrense Bruno Paixão como cabeça de cartaz no setor masculino, e Patrícia Serafim no feminino, rubricaram bons resultados individuais, com sucessivos recordes e vitórias em provas regionais e nacionais. Ainda no atletismo, o ano que finda ficou marcado pelo título conquistado pelo atleta Ivan Revez (castrense) que se sagrou campeão nacional dos 300 metros planos, na pista coberta de Pombal. Mais adiante foi o veterano Francisco Rocha (Núcleo de Atletismo e Recreio de Messejana) a conquistar os títulos nacionais de pista nas distâncias 100, 200, 400 e 800 metros.
No andebol, as melhores referências vão para a promoção das equipas seniores da Zona Azul (Beja) e do Serpa à 2.ª Divisão Nacional, onde estão a competir em bom nível. A continuidade da equipa sénior masculina do Beja Basket Clube no Nacional da 1.ª Divisão é, só por si, um dado positivo, tal como a manutenção do CAB Grândola e do Santo André, mas fica o assinalável registo para o facto de os bejenses competirem, pela primeira vez no seu historial, em todos os escalões.
No hóquei em Patins, temos duas equipas a competir na 2.ª Divisão, Grândola e Vasco da Gama de Sines, e no terceiro escalão mantém-se o Hóquei de Santiago, o Estremoz e o Clube de Patinagem de Beja, sendo de lamentar a renúncia do castrense. Ainda nesta área fica o registo do título nacional em juvenis e da medalha de bronze para o luso-romeno Claudiu Rus, atleta do Clube de Patinagem Artística de Cuba.
Nos desportos motorizados o melhor registo vai, necessariamente, para João Martins, o piloto de Serpa que se sagrou campeão regional do sul de ralis, enquanto o irmão Carlos Martins, a outro nível, fez também uma época muito regular no campeonato nacional. João Penedo, bejense de naturalidade, ganhou o troféu de Melhor Navegador no Desafio Total Mazda 2016. O jovem motociclista Afonso Gaidão prossegue uma auspiciosa carreira além-fronteiras.
Na pesca desportiva os holofotes incidiram sobre várias frentes, desde logo o título mundial no escalão Sub/18 conquistado pelo eborense Miguel Encarnado, e, não menos relevantes, os triunfos de Válter Silvestre, no Campeonato Nacional de Pesca ao Achigã de Margem, de Leandro Luís, na Taça de Portugal de Pesca ao Achigã, mas também na Área de Mar, com Diogo Nascimento e Carlos João, do Barbatana (Grândola), a conquistarem os títulos de Sub/18 e Seniores, num ano em que Alqueva recebeu o Mundial de Pesca ao Achigã embarcado, com o eborense Joaquim Moio na equipa portuguesa, que assegurou o título coletivo. Ainda do litoral alentejano, sabemos que a ginasta sineense Beatriz Martins conquistou bronze no europeu de trampolim sincronizado, em Valladolid.
O voleibol regional está com dinâmica, o judo e as restantes artes orientais também, o boxe em Serpa apresenta resultados, na natação foram conquistados vários títulos regionais pelo Clube de Natação de Beja, Zona Azul e Clube de Natação do Litoral Alentejo. Na Mina de São Domingos passámos a contar com uma pista de remo e canoagem, tributo aos vários títulos conquistados pelo Clube Náutico de Mértola, Clube Fluvial de Odemirense e Clube Náutico de Milfontes.
E porque o desporto não é só futebol, como aqui ficou amplamente provado, embora o futebol seja uma modalidade apaixonante, recordamos a “tripleta” do Mineiro Aljustrelense que, no ano em curso, conquistou a Taça Distrito de Beja, a Supertaça e o Campeonato Distrital da AF Beja, juntando-se ao Moura Atlético Clube no Campeonato De Portugal. Excelente carreira do castrense no Nacional de Promoção Feminino, mesmo desfalcados de Carolina Silva e Jéssica Pacheco que saíram para a elite e a nota do ingresso de Ana Capeta no Sporting. Chega também ao fim o ano do centenário do Clube Desportivo de Beja. Do futebol para o futsal, com a lembrança de que o Ferreirense disputa o Nacional da 2.ª Divisão e, como não podia deixar de ser, a qualificação da Seleção Sub/17 masculina da AF Beja para a final do Interassociações. Não deixamos de referir o galardão recebido pela AF Beja pelo crescimento de atletas femininos e, com a sensação de que alguém possa ter involuntariamente ficado no anonimato, desejamos repetidos êxitos ao desporto alentejano em 2017. 
Fonte: http://da.ambaal.pt/