segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Sem sombra de ilusão
O Clube de Patinagem de Beja ocupa o 8.º lugar do Nacional da 3.ª Divisão de Hóquei em Patins. O objetivo não é subir de divisão, mas criar sustentabilidade para que isso possa acontecer muito em breve.
Texto e fotos Firmino Paixão
O treinador Mané castilho reconhece que existe muita ambição no interior do clube, mas também constata que a atual realidade ainda não permite pensar numa divisão superior. O técnico defende que a prioridade é criar bases para que o plantel possa ser reforçado, nomeadamente através de uma equipa de sub/20, uma lacuna atualmente existente.
O sexto lugar com três vitórias e quatro derrotas é uma prestação ao nível das expectativas iniciais?Queremos fazer um campeonato tranquilo. As equipas são muito equilibradas, exceto, naturalmente, o Sporting e o Sesimbra, as restantes são equipas a quem podemos ganhar ou com quem podemos perder. Tudo dependerá da concentração da equipa e de termos, ou não, todos os jogadores disponíveis. Vamos tentar fazer o melhor campeonato possível.
Duas das vitórias foram conseguidas fora de casa. É um dado que tem alguma leitura especial?Sim. A equipa gosta mais de jogar no contra-ataque. Se conseguirmos defender bem, temos miúdos que conseguem sair rápido e isso permite-nos fazer um tipo de jogo que, às vezes, aqui em casa, não fazemos. Talvez pela presença do nosso público ou por estarmos a jogar no nosso pavilhão e isso nos projetar para um jogo mais ofensivo. Devido às características da equipa isso é um erro, porque descuramos o aspeto defensivo, mas queremos mostrar a nossa qualidade e isso, às vezes, prejudica-nos. É preferível sermos sempre consistentes, não jogarmos de maneira diferente por estar mais ou menos público, ou por ser em Beja, porque depois as coisas correm mal.
No início da época sentiu-se que existia muita ambição…A ambição motiva-nos a fazermos o melhor possível, a treinarmos bem e a criarmos algumas bases de apoio em termos de dirigentes. Este ano isso aconteceu, veio mais gente para junto de nós. Já conseguimos ir buscar um miúdo de fora que faz um bocadinho a diferença. Se quisermos subir a outros patamares, e há pessoas que pensam que isso pode ser possível, teremos de ir buscar alguém fora. Nesta época ainda não consegui juntar a totalidade dos atletas, tenho 12 jogadores que nunca treinaram juntos, uns estudam fora, outros trabalham, não podem vir, por isso não podemos ter objetivos mais ambiciosos. Temos de ser realistas. Esta é a atual realidade do clube, quando quisermos dar um passo em frente teremos de ver se existirão condições para isso.
Esse passo em frente será a subida de divisão?Sim, o passo em frente é lutar pela subida à segunda divisão. Por enquanto não é possível, nem é esse o objetivo para esta época, sobretudo porque o campeonato tem quatro séries, sobe apenas uma equipa de cada uma delas e, à partida, o Sporting é o candidato mais forte. Para nós seria muito difícil, a não ser que tivéssemos um plantel diferente. Veremos para o ano, se cá continuarmos e se o clube se estruturar de outra forma, se poderemos meter o clube na segunda divisão, mas devemos fazê-lo com bases que não o façam andar a subir e descer de divisão. Este ano não existe esse objetivo.
Com os reforços que o plantel recebeu a equipa ficou mais equilibrada?O plantel tem dois novos jogadores, contudo, perdemos três miúdos que foram estudar para Lisboa. Veio o guarda-redes, é um atleta da casa que jogava no castrense. Tem quase 40 anos e jogar com equipas de miúdos com 18 e 19 não é fácil, a diferença é grande. O outro miúdo que veio de Estremoz, esse sim, é um sénior de primeiro ano, um jogador com muita qualidade. Estamos a lutar com as armas que temos, trabalhando cada vez melhor para melhorarmos e para ganharmos mais jogos.
Potenciando o trabalho da formação para que a equipa mantenha a sua identidade e a mística do clube?Temos muitos miúdos provenientes da nossa formação, mas de uma formação longínqua, porque nós não temos sub/20, há aqui uma falha grande, temos sub/15. Se calhar, só daqui a dois ou três anos é que teremos miúdos desses a chegar aos seniores.
Duas equipas do Alentejo nesta série, o Santiago e o Beja, o castrense abandonou, e o Aljustrelense não regressou mais…As coisas não estão fáceis. O hóquei no Alentejo está muito complicado. O Estremoz está noutra série, mas está a competir com jogadores muito mais velhos. Estão com muitas dificuldades e até estiveram para não participar. O castrense, infelizmente, teve que abandonar, porque dois ou três jogadores foram trabalhar para o Algarve. Tinham lá mais um ou dois jogadores que podiam aqui estar connosco, mas não quiseram devido à sua vida familiar e profissional. E nós ainda conseguimos arranjar um grupo com alguma qualidade que consegue manter-se na 3.ª Divisão, mas é muito complicado.
Fonte. http://da.ambaal.pt
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