João e Luís Aurélio são irmãos gémeos oriundos de Nossa Senhora das Neves, freguesia localizada a cerca de cinco quilómetros de Beja. Conheci-os, em miúdos, quando deram os primeiros pontapés na bola, oficiais, nas escolas do Desportivo de Beja. Em jogos efetuados no pelado do velhinho Estádio Municipal Dr. Flávio dos Santos, os rapazinhos fascinavam os adultos com o seu engenho e arte na prática futebolística. Interagiam de forma sublime com o decorrer do desafio e a sua cumplicidade recíproca nos passes na redondinha, ou a forma maravilhosa como a tratavam, bem como a maneira airosa como transportavam o jogo para o ataque, ficando pelo meio excelentes fintas a um adversário que procurava intervir na jogada na tentativa de parar a endiabrada dupla, deixavam antever que estávamos na presença de dois virtuais craques. Augurei-lhes, desde logo, um futuro risonho. A preciosidade de tão elegantes pérolas que cintilavam no infinito de um horizonte onde se previa um sucesso refulgente era inegável. Numa fase em que o Desportivo de Beja suspendeu a formação, os garotos prodígio transitaram para o Despertar. O João, aos 17 anos, como júnior, rumou ao Vitória de Guimarães. Foi internacional sub- -20 e sub-21. Como sénior representou o Penalva do castelo, 2.ª Divisão, seguiu-se o Nacional da Madeira, 1.ª Liga, onde foi capitão de equipa, regressando nesta época, 2016/2017, à Cidade Berço. O Luís peregrinou por outros trilhos. Recordemos o seu pecúlio: castrense, Santana da Madeira, Moreirense, Reguengos de Monsaraz, Tondela, Nacional e atualmente o Feirense são os emblemas que defendeu com abalizada dignidade. João e Luís são os nossos ilustres e dignos representantes na primeira liga lusa. Na temporada transata, e ao serviço do Nacional, relembro a magnífica asa direita de que foram protagonistas na deslumbrante Pérola do Atlântico. Agora, a atuarem em clubes diferentes, continuam a pautar as suas exibições com nota positiva e essencialmente resplandecente. Força, moços de Beja!
Fonte: http://da.ambaal.pt
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