quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Islândia: a prova que o talento não surge por geração espontânea

Football Talks
Geir Thorsteinsson, presidente da Federação Islandesa de Futebol e um dos oradores do Football Talks-2017, é um dos mentores do desenvolvimento do desporto-rei no país de Gudjohnsen.
Quando se fala sobre futebol na Islândia, o primeiro nome que vem à memória dos adeptos é o de Eidur Gudjohnsen, antigo jogador de Chelsea e Barcelona (entre outros). No entanto, os últimos anos têm provado que o pequeno país nórdico (325 mil habitantes e uma área de 103 000 km2) tem de começar seriamente respeitado pelas principais potências do futebol, como se percebeu pela participação meritória no Euro-2016 (foi eliminada nos quartos de final diante da França).
Geir Thorsteinsson, presidente da Federação Islandesa de Futebol desde 2007 (está no quinto mandado consecutivo), defende que nenhuma das últimas conquistas do desporto-rei no "país dos vulcões" é obra do acaso. Antigo jogador e árbitro de futebol, Thosteinsson usou a sua experiência dentro de campo para se tornar num dirigente destacado da KSÍ, onde entrou em 1992 para (foi ainda secretário-geral antes de se tornar presidente). As suas convicções partem do pressuposto que, embora a Islândia não tenha condições climatéricas favoráveis para o desenvolvimento do futebol, esse problema pode ser contornado: "Tentámos o nosso melhor para construir o futuro, tanto em termos de infraestruturas indoor como ao nível da formação de treinadores e isso está a resultar. A prática de futebol pelos mais jovens está a crescer e agora já vemos muitos jogadores e jogadoras com talento em tenra idade. Eles já estão noutro patamar em termos técnicos", afirmou Thorsteinsson, em declarações recentes ao site da UEFA.
As temperaturas gélidas que se fazem sentir naquele país nórdico criaram muitas dificuldades, mas o trabalho de base que vem sendo feito ao longo das duas últimas décadas ajudou a criar uma realidade diferente: apesar de haver apenas cerca de 100 jogadores profissionais de futebol em território islandês, há 23 mil federados de ambos os sexos. O que mais impressiona é o número de adultos: apenas 3 mil. Ou seja, o futebol está claramente a crescer na Islândia.
Esta perspetiva do país de menor dimensão entre os 50 primeiros do ranking FIFA (é 20.º segundo a última atualização) tem sido sustentada com sucessos muito concretos: o apuramento da Seleção principal feminina para os Europeus de 2009 e 2013, dos sub-21 masculinos para o Campeonato da Europa de 2011 e da Seleção A masculina para o último Campeonato da Europa deixa antever uma margem de desenvolvimento que obedece a um dos princípios do desporto-rei: é sempre melhor trabalhar sobre vitórias. Mas ainda há mais sintomas de desenvolvimento.
A participação no "Rendez-Vous" conquistado pela seleção portuguesa foi marcante para a equipa comandada pela dupla Lars Lagerbäck/Heimir Hallgrímsson, que montou uma estrutura baseada em futebolistas que atuam fora do campeonato islandês (sete jogam na Suécia, três na Noruega, dois na Dinamarca, dois na Itália, dois na Alemanha, dois em Gales, um na Inglaterra, um na Rússia, um na Suíça, um na França e um na Bélgica). Segundo os registos oficiais da KSÍ, há 75 jogadores islandeses espalhados por 14 ligas europeias: um capital de experiência que pode ser importante no futuro. Em termos de formação, a evolução também é indiscutível, como se nota pelos 700 treinadores com licença B da UEFA.
A história do altos, loiros e toscos é claramente do século passado. A intervenção de Geir Thorsteinsson no Football Talks-2017 versará precisamente as razões que estiveram na base da eliminação progressiva de um dos estereótipos mais antigos do futebol europeu.
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Fonte: FpF.PT

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