sexta-feira, 24 de março de 2017

Unidos por um título


O Despertar Sporting Clube sagrou-se campeão distrital de futsal, em seniores masculinos, a três jornadas do final do campeonato. Um título tão esperado, quanto meritório, face à superioridade que evidenciou.

Texto e foto Firmino Paixão


Líder destacado do campeonato, com 14 pontos de avanço, o melhor ataque (73 golos marcados) e a melhor defesa da prova (15 golos sofridos), o Despertar Sporting Clube cumprirá calendário nas próximas jornadas, depois de ter conquistado o título da Associação de Futebol de Beja na época 2016/2017.
O treinador da equipa, Nuno Malpão, assegurou: “Este não foi um título construído apenas este ano, foi um trabalho de vários anos, que finalmente deu frutos”. E explicou: “Conseguimos reunir um bom plantel, trabalhámos da maneira que desejávamos e acho que a diferença pontual mostra aquilo que foi a nossa superioridade, desde golos marcados a golos sofridos e pela diferença de pontos entre primeiro e segundo. Conseguimos quase sempre boas exibições e, por isso, acho que vencemos com inteira justiça”.
Ainda assim, o percurso não foi fácil, assegurou: “Nunca é fácil, por vezes ouvi dizer que as outras equipas estavam mais fracas do que estiveram na época passada. Provavelmente haverá uma ou outra equipa mais fraca, mas eu nunca iria deitar abaixo o trabalho que é feito pelas pessoas que estão envolvidas nos outros clubes. Seria uma falta de respeito e uma falta de humildade da minha parte”. O técnico despertariano disse saber que “há clubes com outros treinadores que já têm mais anos de futsal e que agora estão a trabalhar de uma maneira mais séria, mas o que me parece a mim é que todos os anos existem umas equipas mais fortes e outras mais fracas, mas isso faz parte do campeonato, não é nada de novo”.
O plantel, esse sim, recheado de grandes referências, nomeadamente de atletas que já competiram em mundiais de futebol de rua, Flávio Pereira e Fábio Pacheco, e, principalmente, o guarda-redes Miguel Romão, eleito o “melhor guarda-redes” no Mundial de Futebol de Rua de 2015 (Amesterdão). “Temos também mais um ou dois jogadores que já participaram no campeo-nato nacional, são boas referências que tanto saltam do futebol de rua para o futsal, como o inverso. Mas temos um coletivo muito forte, acima de tudo, posso orgulhar-me do grande balneário que sempre tive. O trabalho que fazemos não é só nos jogos, existe um dia a dia com grande união, jantam juntos, encontram-se para tomar café, preocupam-se com o bem-estar uns dos outros, e todo este princípio de união e de amizade é que fez com que as coisas tivessem o sucesso que estão a ter. As questões táticas e o trabalho técnico são importantes, mas a maior parte destes jogadores sabe o que tem a fazer em campo mas, sem dúvida, que a amizade e o sentimento de união que criámos é, de facto, o fator mais importante. Nas vitórias todos são bons, vamos ver nas derrotas”.
Na próxima época, a competir na 2.ª Divisão Nacional, o técnico espera que o Despertar consiga o que outros clubes da região nunca conseguiram. “A manutenção seria ouro sobre azul. Mas será fácil? Tenho a certeza absoluta que não. Se acredito que possa acontecer? Claro que acredito! Acredito todos os anos que consigo ganhar o distrital, não acreditarei agora que vou conseguir uma manutenção?”. Nuno Malpão reforçou a ideia de que “não faria sentido irmos para uma segunda divisão sem pensarmos nisso. Se nós percebermos que todos os anos o nosso plantel tem vindo a colher novos jogadores, para tentarmos, a nível distrital, as melhores referências, o normal é que essas referências, que andamos a guardar durante este tempo todo, venham a dar frutos no nacional”. Mas recordou: “A presença num campeonato nacional não se prepara no ano desse campeonato, não podemos ser campeões distritais numa época e só depois prepararmos esse plantel para uma prova nacional. Isso não faz sentido. É um trabalho que tem que ser feito com alguma antecedência”.
Terá sido isso o que aconteceu nesta época em que o Despertar evidenciou enorme supremacia no campeonato: “Provavelmente este foi o ano em que nós trabalhámos para o próximo, preparámos e unimos todos os jogadores que são referência na cidade de Beja, e que têm alguma experiência de futsal, para criarmos rotinas e uma estrutura sólida para mais tarde competirmos no nacional. E o mais tarde será a próxima época. Acho que é este o plano que tem que ser seguido. Se baterá certo? Não consigo dizê-lo. Mas acredito que esta seja a maneira correta de trabalhar. Vamos ver o futuro”, concluiu Nuno Malpão, treinador dos novos campões.
Recorde-se que esta equipa é a continuidade de um projeto iniciado por Nuno Malpão no Grupo Desportivo de Alcoforado (Os Ouriços) e que, no princípio da presente temporada, foi aglutinado pelo Despertar Sporting de Beja.

Fonte.  http://da.ambaal.pt

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