quinta-feira, 11 de maio de 2017

Um jogo de estratégia


A Associação Distrital de Xadrez de Beja foi fundada em julho de 1989, com o objetivo de dinamizar a modalidade nesta região. O Clube de Xadrez de Ferreira do Alentejo é, atualmente, o seu único filiado.
Texto e foto Firmino Paixão

Com a atividade federada limitada aos xadrezistas de Ferreira do Alentejo, entre os quais estão dois campeões nacionais, a Associação de Xadrez de Beja, liderada por David Barbosa, tem lançado as sementes através do desporto escolar, uma ferramenta que o dirigente privilegia pelos resultados positivos que têm sido conseguidos. A ausência de clubes que acolham esses jovens, para que tenham uma atividade continuada, é a grande lacuna que impede uma maior e mais eficaz expansão da modalidade, explicou o presidente David Barbosa.


Como é que está o xadrez no Baixo Alentejo?O xadrez no Baixo Alentejo está bem. Tem-se desenvolvido, principalmente ao nível do desporto escolar. Tem sido uma atividade muito compensadora, portanto, temos 13 escolas no distrito com atividade, também temos a Escola D. Jorge de Lencastre, em Grândola, e na cidade de Beja temos atividade na Escola Mário Beirão, na Escola de Santa Maria e na Escola de Santiago Maior.


Um trabalho feito pela base, lançando a semente em jovens com idade escolar?O desporto escolar é fundamental para qualquer modalidade desportiva e no xadrez as coisas também teriam de ser assim. Esta é a base para que depois os jogadores que saem do desporto escolar possam entrar nos clubes e, eventualmente, tonarem-se federados.


No plano competitivo e oficial a atividade é muito residual?Na realidade é assim. Temos apenas um clube filiado na Federação Portuguesa de Xadrez, que é o Clube de Xadrez de Ferreira do Alentejo, com 17 jogadores federados e que disputam os campeonatos nacionais por equipas, mas, se, por exemplo, o clube de Vidigueira, que é quem me parecer estar mais próximo de o conseguir, vier a inscrever uma equipa na associação, a partir daí já se poderia fazer um campeonato regional.


A associação está motivada para prosseguir esse trabalho, que não é fácil, para dinamizar o xadrez?Com certeza, a associação, nos últimos 20 anos, tem trabalhado no xadrez e tem conseguido grandes êxitos no desporto juvenil. Já tivemos dois campeões nacionais, uma campeã nacional feminina, a Sara David, e um campeão masculino, que foi o Miguel Ferro. São ambos jogadores do Clube de Xadrez de Ferreira do Alentejo. Portanto, vale a pena um jovem apostar numa carreira desportiva nacional aqui no Alentejo, porque pode vir a ser campeão nacional.


De que apoios necessitará a associação para continuar esse trabalho de estímulo para a modalidade?O que precisamos é de apoio ao nível da organização dos torneios. É fundamental que as autarquias do nosso distrito apoiem a associação, no sentido de se poderem realizar torneios de nível nacional aqui no Alentejo, como, aliás, aconteceu no passado. Temos todas as condições para avançar, mas os apoios são fundamentais.


Com exceção de Ferreira do Alentejo e Vidigueira, a atividade no resto do distrito é muito pontual?Já existiu uma secção de xadrez no Despertar, um grande clube de Beja, mas, infelizmente, a atividade acabou, não sei por que motivos. Espero que ainda possa ser reativada, seria excelente, até com os miúdos que saem do desporto escolar a serem integrados no clube na cidade de Beja. Tenho esperança de que isso aconteça.


Outrora realizava-se também o Open Internacional de Xadrez Cidade de Beja.O problema do torneio que se fazia em Beja, e que era muito importante para nós, terá sido por falta de financiamento das entidades oficiais. Pode ser que esta nova autarquia tenha sensibilidade para a modalidade e volte a patrocinar esse torneio. Quem sabe se, em 2018, isso poderá voltar a acontecer? Vamos ter esperança.


O xadrez é um jogo que potencia um conjunto de qualidades morais e intelectuais, sobretudo nos jovens… Por isso a importância que ele tem no desporto escolar. O xadrez está recomendado pela União Europeia para todas as escolas ao nível da Europa. Em Espanha, por exemplo, o Ministério da Educação já consagrou o xadrez como modalidade obrigatória. Em Portugal ainda é facultativa, mas está em franca expansão.


Já se entendeu que está a trabalhar junto da comunidade escolar, mas haverá, por certo, algo mais que se possa fazer para incrementar a modalidade na região…O que se pode fazer é uma maior divulgação do xadrez. Por exemplo, ao nível da comunicação social, promovermos uma maior divulgação da modalidade e dos campeonatos que existem. Depois continuarmos a trabalhar como temos feito até aqui. Há cerca de 20 anos que estamos nesta modalidade aqui no Alentejo e as coisas, felizmente, têm corrido bem.

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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