sexta-feira, 28 de julho de 2017
Pesca desportiva: Joana Ramalho procura conquistar o título nacional
A mourense Joana Ramalho, de 19 anos, futura fisioterapeuta, campeã regional de esperanças e ex-campeã do mundo de juniores em pesca desportiva, cetro que conquistou em agosto de 2015, na Sérvia, persegue agora o título nacional que lhe falta no palmarés.
Texto Firmino Paixão
Fez uma entrada de campeã no presente campeonato nacional de esperanças, com uma captura de 19,980 quilogramas na primeira das duas provas realizadas na pista de pesca desportiva de Santa Margarida do Sado. Na segunda prova, uma produção mais modesta (1,230 quilogramas) fê-la cair para o quinto lugar da classificação. Mas isso não será limitador da ambição com que a Joana Ramalho partirá para Chaves, no rio Tâmega, onde disputará a 3.ª e 4.ª provas de um campeonato que concluirá em Montemor-o-Velho (rio Mondego), em meados de outubro.
Aluna da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, onde frequenta o primeiro ano do curso de Fisioterapia, o seu sonho profissional, a atleta do Clube Mourense de Caça e Pesca Desportiva vai repartindo os compromissos académicos com a atividade desportiva, cujo gosto lhe foi incutido pelo pai, seu treinador e dirigente da Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva, António Combadão.
Aos 17 anos, no calor do verão de 2015, ouviu e, se calhar, trauteou, a “Portuguesa”, enquanto a bandeira nacional subia ao mastro mais alto do pódio e a consagrava campeã do mundo sub/18, o primeiro conseguido por uma mulher. Um momento que ainda recorda com um brilhozinho nos olhos, sempre que lho afloram: “Vamos sempre sentindo os ecos desse sucesso. Na época passada Portugal teve outro campeão do mundo de juniores, o foco está agora mais virado para ele, e acho muito bem, mas existem ainda algumas lembranças, de vez em quando, nada que se assemelhe ao período pós-título, em que foi realmente de uma enorme alegria e de um grande de orgulho, especialmente pelo tributo das pessoas e entidades da minha cidade”.
Joana Ramalho reconhece que depois do mundial da Sérvia ganhou alguma notoriedade entre a comunidade da pesca desportiva nacional: “Tenho sentido isso, especialmente na época passada em que a pressão à minha volta era acrescida, porque se tratava de revalidar ou não o título anterior, o que não foi possível, aliás, nem estive presente nos campeonatos do mundo da época passada”. Mas, este ano, confia a pescadora mourense, as coisas poderão ser diferentes: “Estou a trabalhar bem, o objetivo é ser convocada para a seleção e depois se verá o que conseguirei, mas estou num escalão novo, um pouco mais difícil, já sou sub/23, estou entre pessoas que percebem muito da modalidade e têm grande valor, vamos ver, tentarei fazer o melhor”.
Joana Ramalho confessa que lhe falta no currículo “ganhar um título nacional, tenho títulos regionais e um título mundial mas, olhe… falta-me ser campeã nacional e falta-me um título coletivo a nível internacional, vamos ver se ainda os conseguirei”, assegura, com alguma esperança.
Para já luta pelo título nacional na categoria de esperanças: “Estou no quinto lugar, mas ainda faltam quatro provas, é muito cedo, ainda não existem certezas. Neste escalão sou a única mulher, estou sozinha nesta luta contra os rapazes”. E recordou: “Neste ano fui campeã regional de esperanças, mas somos poucos atletas, praticamente, neste escalão, era apenas eu e o António Nunes (Capba). Competimos dois ex-campeões do mundo”.
Inspirada pelo exemplo, e treinada pelas sábias doutrinas do pai, Joana Ramalho revela: “O meu pai é a minha fonte de inspiração e o meu exemplo na pesca desportiva, apoia-me muito, é a minha companhia. Sei que há pais difíceis enquanto treinadores, mas o meu, por acaso, até não é muito”. E será que está bem definida a fronteira entre o papel de pai e de treinador? “Mais ou menos. Sei que há quem se esqueça um pouco do papel de pai, mas o meu nunca se esquece, é exemplar no desempenho das duas vertentes, é compreensivo, ensina-me muito e ajuda-me bastante. É um bom pai e um grande treinador em todos os momentos”, assegura a jovem.
O Clube Mourense, cujo emblema traz ao peito, “é a nossa paixão, é o meu clube desde que comecei a pescar, foi no seio do clube mourense que nasci e cresci como atleta, é o meu emblema de eleição, será sempre”, garante. Sobre a longevidade da sua carreira na pesca desportiva, Joana Ramalho retorquiu: “Não sei e neste momento é uma pergunta para a qual não tenho resposta, sou muito jovem, gosto muito de pesca desportiva, sinto-me bem, as dificuldades vão crescendo, o meu tempo está a ficar cada vez mais limitado e estou um pouco longe de casa por causa dos estudos mas, enquanto for possível, contem comigo”.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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