sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O BTT não é só bicicleta


O Grupo Desportivo e Cultural de Mombeja organizou a 13.ª edição do Passeio de BTT “Pelos Trilhos de Mombeja”, evento com uma vertente competitiva, percursos de 45 e 65 quilómetros, e outra de natureza mais lúdica, um passeio guiado com a extensão de 20 quilómetros.
Texto e foto Firmino Paixão

Fundado em abril de 1993, o Grupo Desportivo e Cultural de Mombeja tem, ao longo deste quase quarto de século de existência, pautado a sua atividade pelo futebol amador e, mais recentemente, pelo incremento da modalidade de BTT. É neste quadro que se inscreve o seu percurso no todo-o-terreno para utilizadores de bicicleta, através da organização anual de um evento traçado pelos trilhos da antiga freguesia (hoje agrupada a Santa Vitória), com pouco mais de trezentos habitantes. E já lá vão treze edições.
António Mateus, dirigente do clube e principal rosto desta organização velocipédica que anualmente acrescenta grande animação a Mombeja, não tem dúvidas, “isto já passa por ser uma obrigação. Esta é uma data que já está reservada para este evento, que é dos mais antigos no concelho de Beja”.
Com as inscrições limitadas a 250 bicicletas, número que outrora foi perfeitamente atingido e ultrapassado, nesta edição ficaram-se pelos 150 participantes. O próprio António Mateus referiu que “nós temos capacidade para receber 250 participantes, é um número ao qual a nossa logística consegue dar resposta, permitindo que as pessoas saiam daqui satisfeitas. Preocupamo-nos mais com isso, com o bem-estar das pessoas que nos visitam, do que propriamente com o resto. O BTT não é só andar de bicicleta, é proporcionar as melhores condições a todas as pessoas que recebemos, fazemo-lo com enorme gosto, mas este ano tivemos uma ligeira quebra, relativamente ao ano passado”.
O importante, referiu o tesoureiro do clube é que “as pessoas vêm uma vez e voltam sempre, gostam da forma como os acolhemos e das condições que lhes proporcionamos”. Na véspera, vimos nós próprios o calor humano em torno dos ciclistas da Casa do Benfica da Charneca da Caparica: “Já aqui vêm há muitos anos, vieram de véspera e acampam no campo de futebol”.
O objetivo do evento, disse ainda, passa por “proporcionarmos atividade desportiva aos nossos praticantes, mostrarmos a nossa terra, dar a conhecer a nossa região aos que vêm de mais longe e que, eventualmente, não a conheçam”. Contudo, acrescentou António Mateus, “existe outro aspeto importante: é que em determinados momentos conseguimos duplicar a população de Mombeja, temos cerca de 300 e tal habitantes e temos organizado passeios em que participam muito mais do que isso, portanto, dá uma boa dinâmica à terra e mexe com as pessoas.” Por outro lado, “conseguimos outra coisa, sem a qual seria impossível esta realização, que é a participação voluntária de quase toda a população, desde os mais velhos aos mais novos todos se disponibilizam para colaborar, desde marcações de percursos, ajuda nos pontos de abastecimento, servir os almoços, enfim, temos gente em todo o lado e só temos que estar felizes e agradecermos esse apoio à população de Mombeja”.
O programa contempla três percursos, um passeio para os menos preparados, outro para os que já vão rolando bem e um terceiro para os que saem na frente e só se vêm à chegada, que é a Maratona de 65 quilómetros, também pontuável para a Taça de Maratonas do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, como afirmou o representante da organização: “Pelo segundo ano consecutivo participamos nesse circuito da Taça de Maratonas do CPCB e, enquanto pudermos, manteremos essa participação de solidariedade no calendário da competição. A nossa prova tem realmente essa vertente solidária”.
Já refeitos da dureza dos trilhos e bem desempoeirados, porque as terras estão ressequidas pela ausência de precipitação, os concorrentes sentam-se à mesa para cumprir o último troço, o convívio, a entrega de lembranças e prémios. Saem os grelhados no carvão, recordam-se os momentos de um dia bem passado, num convívio que António Mateus fez questão se assinalar que “prolonga-se pela tarde, até que os últimos se queiram ir embora”.
No primeiro fim de semana de setembro de 2018, será o 14.º Passeio, se os apoios se mantiverem, claro. O Município de Beja, a União das Freguesias, a Fundação Inatel, o Crédito Agrícola e o tecido empresarial mais próximo, vão dando uma ajuda fundamental.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário