A serra de Grândola, com as suas belas paisagens e as exigências da sua orografia, foi atravessada por mais de meio milhar de participantes na terceira edição dos trails organizados pelo município da Vila Morena.
Texto e fotos Firmino Paixão
Três distâncias, exigências técnicas diferentes, uma caminhada ecológica de 15 quilómetros, um trail curto com 15 quilómetros, um longo, com 25 quilómetros, e o ultra trail, com 50 quilómetros. E um mote proposto pela organização: “O Alentejo não é só planície”. Este ano a prova foi pontuável para o Campeonato Nacional de Trail Running, organizado pela Associação de Trail Running de Portugal.
Contas feitas a esta parceria organizativa entre o município e o Clube Amiciclo, sobressaem, primeiro, o recorde de participação, numa prova ainda jovem, mas muito bem conseguida, depois, a confirmação do dinamismo do movimento associativo local e a vocação do município da Vila Morena para a promoção do seu território e valorização da economia local através da realização de importantes eventos desportivos. Uma ideia confirmada pela vereadora Carina Batista, responsável pelo pelouro do Desporto que, confessando que as inscrições superaram as melhores expectativas, adiantou: “Consegue-se aqui um conjunto de pressupostos em que o primeiro será, naturalmente, a prática desportiva, quer competitiva, quer na parte lúdica, no contacto com a natureza, mas a economia local também mexe, a restauração e o alojamento, sabemos que imensos participante vêm de longe e aproveitam para vir de véspera e este conjunto de dados é importante para que o concelho se promova e divulgue”.
A autarca sublinhou a importância das parcerias, lembrando: “O município nunca fará um evento desta natureza sem o apoio do movimento associativo e a Amiciclo, desde a primeira hora, aceitou o convite para se nos juntar na organização desta prova”. Um evento associado ao slogan de que “O Alentejo não é só planície”, mas sem esconder a dureza deste trail. “Eu própria comprovei isso nas duas últimas edições em que participei, o Alentejo não é só plano, esta prova é muito dura e exigente e não fica aquém de outras provas que se realizam no centro do País”, concluiu.
A Associação de Trail Running de Portugal (ATRP) fez-se representar pelo seu dirigente Hélder Costa, que mostrou satisfação pela enorme participação de atletas, “sobretudo porque este evento triplicou o número de participantes na prova rainha, que é o ultra trail de 50 quilómetros”, e sublinhou que, “nos últimos anos, tem existido uma evolução muito grande nesta modalidade, acreditamos que seja uma moda que veio para ficar, estamos a trabalhar nesse sentido, que não seja algo de passageiro como aconteceu noutras modalidades”. Uma evolução que assenta “na criação da associação e na organização destes campeonatos nacionais, uma experiência que se revelou muito positiva. Depois a criação da seleção nacional também veio dar uma força muito grande à modalidade e tem despertado o interesse de muitos atletas que, por vezes, até vêm de outras áreas, como orientação e BTT, para não falar do atletismo de estrada”.
Vencedores absolutos: Ultra trail masculinos: 1.º Pedro Ribeiro (Caracol Trail), 4.58.44h. Femininos: 1.ª Fátima Alendouro (Vidigalense), 6.21.52h. Trail longo –masculinos: 1.º Rodrigo Gregório (Arrábida Trail), 2.34.45h. Femininos: 1.ª Margarida Amaro (Arrábida Trail), 3.24.02h. Trail longo pares: 1.º Nancy Cantante/Marcelino Batista (Piranhas Alqueva), 3.56.25h. Trail curto masculinos: 1.º Roberto Baião (Juventude AC), 1.23.13h. Femininos: 1.ª Júlia Alves (Lince Montemor), 2.01.42h.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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