sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Título não é "obsessão" para Praia de Milfontes

Fernando Candeias, 41 anos, é o treinador da equipa sénior do Praia de Milfontes na época 2017-2018 e garante que o objectivo é fazer melhor que no último ano na 1ª divisão distrital de Beja. Mas recusa qualquer tipo de candidatura ao título. "Não olhamos para o título de campeão como uma obsessão", diz em entrevista ao "SW".
Com seis jogos realizados, soma cinco vitórias e uma derrota. Está satisfeito com o que fizeram até aqui?
Poderíamos estar mais satisfeitos se tivéssemos pontuado na última jornada, frente ao Vasco da Gama da Vidigueira. Mas pelo compromisso e entrega dos jogadores, pelo acreditar deles no processo e ideia de jogo e pela união de grupo que dia-a-dia evidenciam, estou muito orgulhoso do grupo que lidero e optimista em relação ao futuro.

Conta com um plantel curto. É assim que gosta de trabalhar?
Na verdade temos um plantel curto, mas enorme em carácter e capacidade de trabalho. Para além disso é uma prova de confiança na qualidade nos nossos juniores, pois as necessidades são colmatadas por eles. Já recorremos a vários e no futuro serão certamente mais aqueles que vão ter a oportunidade de jogar na equipa sénior.

Qual é o objetivo no campeonato? Fazer melhor que no ano passado?
Fazer melhor que o ano passado é muito difícil, pois a prestação foi fantástica. Obviamente que a ambição de sermos melhores está sempre presente no nosso dia-a-dia. Não estamos obcecados por conquistar o campeonato, mas sabemos que pela forma como trabalhamos isso um dia vai acontecer naturalmente.

Nos últimos anos tem lutado sempre até ao fim pelo primeiro lugar. Esse factor "pressiona" a equipa?
O facto de estarmos sempre presentes na luta até final é demonstrativo da qualidade do trabalho que este grupo tem desenvolvido ano após ano. A nossa reconhecida qualidade de jogo, o ADN bem vincado do nosso processo, é na minha opinião pouco valorizada pela comunicação social de uma forma geral, preferindo sempre avaliar o resultado. Eu compreendo, mas reafirmo que não olhamos para o título de campeão como uma obsessão, mas sim como resultado de um processo natural.

As condições de trabalho são boas ou pensa que com o número de atletas que o clube tem já precisava de mais um campo?
Acompanho diariamente os trabalhos de todos os escalões no Foz do Mira e penso que é evidente que aquele campo já se torna curto para a dinâmica do clube. No entanto, isso é uma questão que deve ser respondida pelos responsáveis do clube e entidades competentes, que decerto estão atentas e a trabalhar numa solução para o futuro do clube, que tem crescido muito nos últimos anos.

Por aquilo que conhece, que ideia é que tem do campeonato? A qualidade das equipas tem aumentado ou não?
A qualidade tem aumentado de uma forma transversal. Desde as condições dos campos à aposta na formação por parte dos clubes e Associação de Futebol de Beja, árbitros, treinadores, tudo isso tem contribuído para melhorias evidentes nas equipas e consequentemente no campeonato. A qualidade de jogo de hoje não tem comparação possível com o que era há 10 anos atrás. Contudo, há sempre a possibilidade de melhorar e novos formatos devem ser discutidos e avaliados para, sobretudo, elevar a competitividade do nosso "Distritalão".

Como treinador qual é o seu objetivo? Chegar ao futebol profissional?
Trabalho todos os dias para melhorar e para se chegar uma oportunidade desse nível, estar preparado para corresponder.

Fonte:  http://www.jornalsudoeste.com/

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