Depois de ter sido jogador (e capitão) e treinador, Abelha está de
regresso ao FC Castrense para liderar e já revelou ao "CA" que planos
tem para o clube de Castro Verde. "O futuro do Castrense vai passar
muito pela formação, também por realçar e apoiar o trabalho das outras
modalidades" promete.
Foi jogador e capitão do clube, também treinador e agora presidente
Que representa esta eleição?
Um enorme orgulho! Passei pelas fases todas nestes 25 anos que levo de
Castro Verde e entendo que esta é uma maneira de pagar uma dívida de
gratidão que tenho pela forma como o clube me tratou.
Sendo um homem habituado a estar no campo, entre as quatro linhas, como é que encara esta mudança de "posição"?
Há mais de um ano que tinha pensado nisto, tenho a ideia amadurecida e
como tenho paixão e disponibilidade por isso e ainda por cima, duas
pessoas competentes ao meu lado [os vice-presidentes Valter Borralho e
José Mariano] , penso que ainda vai ser mais fácil. Até porque quero
acompanhar de perto todas as modalidades. Não quero ser o presidente do
futebol, quero ser o presidente do Futebol Clube Castrense.
Como vai ser o FC Castrense do Abelha?
Não é o Castrense do Abelha
[risos] O futuro do Castrense vai passar
muito pela formação, também por realçar e apoiar o trabalho das outras
modalidades. Mas no futebol a formação vai ser o nosso foco principal.
Queremos mudar muita coisa, porque um dia que o clube regressar outra
vez aos nacionais vai ter de ser com uma base de cinco ou seis jogadores
da nossa formação.
Como contam alcançar esse objectivo?
O José Mariano, que é o responsável [pelo futebol de formação], tem
algumas ideias. Estamos a contactar treinadores com formação, vamos ter
um director-desportivo dos iniciados para baixo e outro para os sub-23 e
juvenis. E vamos tentar que a competição para os miúdos dure, no
mínimo, 10 meses, e que consigamos ter três treinos semanas. Só assim
iremos conseguir evoluir, para que dentro de três ou quatro anos termos
uma base [de jogadores] da terra, ao contrário do que sucedia o ano
passado, em que chegámos a jogar com apenas dois jogadores portugueses
no nacional. Estamos a tentar mudar isso e uma das nossas intenções é
também aproximar os sócios, os adeptos e os habitantes da vila ao clube.
O que é um grande desafio
Vamos tentar corrigir esta situação, mas como tudo não depende só de
nós, também dos sócios quererem ajudar e dos adeptos quererem aderir.
Mas pensamos que pela formação conseguimos puxá-los, pois ao formar
atletas vamos também formar adeptos, que vão depois criar aquele
'gostinho' pelo Castrense. Lembro-me que quando cheguei ao Castrense
existia uma mística bonita e é essa mística que gostava que voltasse a
haver em Castro Verde.
O Castrense não é apenas futebol. Qual será o papel das modalidades no clube de ora em diante?
Penso que o atletismo pode ter um grande papel na aproximação do clube à
vila, pois permite uma prova popular, que pode passar pela localidade.
No hóquei em patins o clube está numa fase de crescimento, só com
formação, e está no caminho do que pretendemos, que é apostar na
formação para um dia voltarmos a ter hóquei sénior. E na patinagem
artística também temos ganho muitos títulos nacionais e internacionais e
queremos continuar a apoiar [a modalidade].
Conta encontrar um clube financeiramente estabilizado?
Pela conversa que mantive com o Carlos [Alberto Pereira], que foi sempre
prestável e pôs à nossa disposição tudo desde há duas semanas, o clube
está estável e não tem dívidas. Portanto é um clube que tem de ser
gerido com boa cabeça e sem entrar em loucuras.
A Câmara de Castro Verde anunciou na passada um corte nos apoios ao
movimento associativo, devido a "dificuldades financeiras". A vidado
Castrense fica mais complicada?
Não, não complica
Acompanhamos a realidade da terra e já no orçamento
que apresentámos contabilizámos que, provavelmente, iria haver esse
corte. Penso que o FC Castrense, sendo um clube da terra, quando têm de
acontecer esses cortes também tem de estar disponível para ajudar a
Câmara, que tem sido um parceiro espectacular em tudo o que o clube
precisa. E se é altura de fazer sacrifícios, logicamente que o clube vai
estar ao lado de quem os pede e estar sempre disponível para ajudar.
Fonte: http://www.correioalentejo.com
Sem comentários:
Enviar um comentário