sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Bola de trapos, edição no Diário do Alentejo de 7 de setembro de 2018

José Saúde
Odemira
Localizada entre os confins da planície alentejana e a serra algarvia, Odemira é sede de um concelho onde o desporto é substancialmente acarinhado. O burgo recebeu o foral de D. Afonso III em 1256 e Damião de Odemira, filho da terra e boticário de profissão, foi o autor do primeiro tratado de xadrez conhecido. A dimensão do município, 1720,60 quilómetros quadrados de área, confere-lhe a honra de se assumir como o maior do país e as coletividades desportivas proliferam por toda zona. Em Odemira a modalidade do futebol surgiu nos princípios dos anos de 1920. Uma família inglesa, detentora de uma fábrica de cortiça na localidade, foi a explícita impulsionadora do vício do jogo da bola. Nesses tempos a indústria prosperava e a urbe aglutinava grande parte da mão-de-obra daquela região e a 1 de março de 1923 fundou-se o Sport Clube Odemirense. A curiosidade revelada pelos homens mais antigos é que a primeira equipa existente foi formada basicamente por funcionários da indústria corticeira a qual utilizava a via fluvial, rio Mira, para exportação dos produtos ali trabalhados. A ciência do jogo foi paulatinamente conquistando uma população que jamais renegou a sua afeição ao cosmos desportivo. Reconhecesse que o suposto isolamento geográfico jamais foi um pretexto que impos obstinadas fronteiras. Por outro lado, o desenvolvimento de modalidades vão das praticadas em pavilhão ao futebol, passando pela canoagem, ou a columbofilia, entre muitas outras atividades em pleno desenvolvimento, sendo estas laborações expressas que identificam claramente um concelho opulento em agremiações de grandezas diversas. Assimilando o contexto que por ora nos surge, centralizemos profícuas atenções no Odemirense, um histórico emblema que nas suas hostes detém um elevado número de títulos conquistados no que se insere aos diversificados escalões com os quais se apresenta anualmente nas competições da AF Beja. Para a próxima temporada, 2018/2019, Nuno Luz é o treinador principal da equipa sénior e contará com João Correia, adjunto, e Filipe Domingos como técnico de guarda-redes. Relativamente ao plantel a singularidade do grupo oferece uma atenção para a longevidade de Perika, 40 anos, que continua a envergar uma camisola que há muito lhe assenta como uma luva no corpo. É ele o grande timoneiro que segue ao leme de uma embarcação que navegará em águas mansas. De resto, em Odemira respira-se tranquilidade e objetiva-se um bom performance ao longo de mais uma caminhada onde o esplêndido cante do cisne poderá trazer boas novas para os anfitriões que continuam declaradamente a associar-se ao prodígio desportivo distrital.
Fonte: Facebook de Jose saude

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