sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Bola de trapos, edição de 26 de outubro de 2018 no Diário do Alentejo

José Saúde
Vaz Lança
Estreou-se como juvenil no Despertar na época de 1965/1966. As suas potencialidades como guarda-redes galgaram fronteiras e na temporada seguinte ei-lo a caminho do Sporting Clube de Portugal, onde fora proclamado como o sucessor de Vítor Damas na baliza leonina. Falamos de João Alberto Vaz Lança um antigo jogador de futebol que nasceu a 25 de outubro de 1950 na cidade de Beja. As portas da fama pareciam escancaradas para a jovem promessa bejense, sendo que em Alvalade o público rendeu-se fielmente à agilidade de Vaz Lança, alvitrando-lhe um futuro risonho. O onze normalmente utilizado pela equipa juvenil dos leões era o seguinte: Vaz Lança, Gregório, Fernando, Chico, Nuno, Quito, Perdigão, Pedro, Vila Nova, Veiga e Jorge. Após uma temporada de sonho, 1966/1967, eis a proposta do Sport Lisboa e Benfica. Nesses tempos havia inflexíveis regras que impunham princípios básicos, principalmente quando os clubes em questão eram velhos rivais. “Para me transferir para o Benfica tinha que jogar uma época num outro clube como amador. Voltei a Beja e joguei no Desportivo. Nessa temporada, embora fosse juvenil, o professor Bandeira chamou-me para a equipa de juniores, onde fiz todo o campeonato”. Num pulsar de esmeradas memórias, aqui fica a constituição da equipa: Vaz Lança; Toy Lança, Lameira, Antero e Fernando; Sanina, Quinelas, Toy Julião e Baiôa; Zé Luís e Lebre. Cumprida a regra federativa lá veio o passaporte com a chancela outorgada pelo clube da Luz. Ângelo, antigo campeão europeu, foi o homem que assumiu o processo. Hoje, Vaz Lança, assume o evoluir de um procedimento que entende como falhado. “O maior erro da minha vida foi ter saído do Sporting, era ali que estava o meu futuro”. Lembra a passagem pela seleção nacional de juniores. “Estávamos de partida para a Alemanha e num treino sofri uma rotura de ligamentos. A lesão foi grave e no meu lugar foi o Araújo”. Viajando pelo périplo de uma carreira atraente, recorda o regresso ao Despertar, como sénior, e a sua estadia militar em Angola. “Fui campeão pelo Benfica de Nova Lisboa. Tínhamos uma boa equipa e corríamos Angola de ponta a ponta”. No regresso à Pátria de Camões rumou a França. “Joguei na equipa Estrelas de Bayone e fomos campeões pelos Baixos Pirenéus”. De novo em terras lusitanas, o guardião esteve próximo a assinar contrato com o Lusitano de Évora. “O treinador era o Fialho e só não assinei porque no Vasco da Gama de Sines estava o Nói Madeira que entretanto me convenceu. Em Sines fomos campeões de série”. Seguiu-se o União de Santiago de Cacém. Numa quimera observação às gigantescas potencialidades é caso para afirmar que Vaz Lança esteve mesmo a um passo da fama.
Fonte: Fcebook de Jose saude.

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