sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Bola de trapos, edição de 5 de outubro de 2018 no Diário do Alentejo

José Saúde
Neca
Residente nos anos de 1950 na rua do Progresso na então Notável Vila de Serpa, hoje cidade, o antigo jogador pertenceu a um grupo de moços que integrava o Bairro do Forte, sendo os mais temíveis adversários a rapaziada da Cruz Nova, Caminho-de-Ferro e da rua dos Arcos, derbies vivazes e disputados nas eiras. Em 1962 o FC Serpa formou uma equipa de juniores onde alinhavam jovens oriundos da povoação e João José Serra Neca, nascido a 6 de outubro de 1945, em Serpa, integrou esse lote de ilustres desconhecidos que nessa época, 1962/1963, se sagraram campeões e carimbaram o passaporte para disputarem o campeonato nacional da FPF. Para memória futura aqui ficam registados os nomes desse famoso conjunto: Favinha, Falé, António Carlos, João Baião, Mário Frade, Rações, Zé Guilherme, Hélder Piçarra, Bento Ferreira, Neca e Noé. Quatro épocas ao serviço do grémio serpense e ei-lo a ingressar no Desportivo de Beja. “Fui voluntário para a Força Aérea mas quando regressei os meus pais moravam nas Neves, logo surgiu a possibilidade do Desportivo, clube onde estive quatro épocas”. Nói Alves, Zé Mário, Quinito, Baiôa, Horta, Silvino, Joaquim Madeira, Zezinho e Azumir foram alguns dos seus companheiros nas lides futebolísticas. Na época de 1969/1970 transferiu-se para o Despertar que disputava o campeonato da terceira divisão nacional. “As exigências do Desportivo eram outras. Tinha uma equipa com muitos profissionais. Rodrigues Pereira, Saúl, Zeca, todos ex-Vitória de Setúbal, Brito, ex-Lusitano de Vila Real de Santo António, Palma, ex-Benfica e Saúde, ex-Sporting, eram craques que não deixavam espaço a quem quisesse conquistar um lugar no onze e esta foi a razão que me levou a deixar o Desportivo”. Nas hostes despertarianas, comandada tecnicamente pelo mítico Manuel Trincalhetas, proliferavam jogadores da terra. Vaz Lança, Quinelas, Barbas, Tói Lança, Zé Manel Serrano, Bita, Caramba, João Rosa, Zé Romão, Ildo e Manel Pena, eram alguns dos atletas capitais que defendiam as cores do velhinho “Rasga”. Mas como diz o velho adágio popular que “o bom filho à casa volta”, Neca, já com uma vasta tarimba futeboleira, regressou ao FC Serpa para consumar uma jura: “O meu regresso a Serpa prendeu-se com uma promessa que tinha feito ao meu grande amigo António Cigarrilha e que cumpri. Nessa época fomos campeões. Os gémeos Rações, Lobo, Carlos Malveiro, Manel Baião, Favinha, Eurico Chalaça, Zé Pires, Rebocho, Falé, Toni e Manel Macarrão, integravam esse lote de jogadores que fizeram do Serpa campeão”. Mais tarde foi dirigente da AF Beja e do Conselho de arbitragem. Neca reside em Beja e faz parte do Grupo de Cantadores do Desassossego, um agrupamento bejense que eleva bem alto o Cante Alentejano, o seu verdadeiro harém.
Fonte: Facebook de Jose Saude.

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