José Saúde
Desportivamente
Foi com “uma lágrima ao
conto do olho”, pequena estrofe inserida numa das belíssimas músicas do
cantor de Angola de nome Bonga, que no pretérito sábado, 1 de dezembro
de 2018, se reuniram em Beja cerca de setenta antigos jogadores de
futebol que no passado ergueram bem alto o nome da mui nobre Pax Júlia.
Reconheço que o peso da idade vai paulatinamente diluindo-se num tempo
sem tempo, porém, importa trazer à estampa o fenómeno futebolístico que
outrora fez da capital do distrito um verdadeiro hino sobre uma
componente desportiva que pressuponha, naqueles bélicos períodos, uma
inigualável excelência. Sabemos que os tempos são outros e que as épocas
trouxeram novos protagonistas, predominando outros emblemas que vão
levando bem longe o nome da região. Todavia, estes consagrados
reencontros afirmam-se como dádivas para os companheiros que ousam
desafiar distâncias para dissecarem momentos incomparáveis e recuperar
façanhas em que foram impulsionadores da festa, mas no interior do
retângulo de jogo. A memória, ainda fértil, decretou que a receção dos
convivas tivesse lugar junto às portas principais do idolatrado estádio
municipal como homenagem às vivências ali passadas. Recuperaram-se
recordações, enumeraram-se feitos inolvidáveis, ficando um registo, até
então impensável, que visou a presença do presidente da autarquia
bejense, Paulo Arsénio e do vereador Arlindo Morais, que nos honraram
com a inesperada visita. A caravana seguiu depois o seu rumo, sendo o
repasto servido ao pessoal de excelente qualidade e quantidade.
Seguiu-se uma tarde de afetos e de notável convívio. O repto para a
concretização de novos encontros ficou lançado, ficando registada a
opinião que estes banquetes revertem a favor de amizades que jamais se
dissiparão, a que acresce o facto de a oportunidade deparada ter como
objetivo principal o recordar antigos condiscípulos de balneários que o
evoluir da idade sujeitou a uma inevitável separação. Creio que a minha
profícua persistência, que desta feita contou com a primorosa ajuda do
Veiga Trigo e com João Caixinha que se preocupou com os acertos de
tesouraria, tem pernas para andar, restando a convidativa dica para que
em tempos vindouros outros assumam a audácia. E foi assim com uma
lágrima ao canto do olho que desportivamente tivemos também a
oportunidade de auscultar um conjunto de vozes de alguns dos amigos que
literalmente brindaram os presentes com o famoso cante alentejano. Que
venha o próximo porque nós, afinal, também somos Beja com absoluta
convicção!
Fonte: Facebook de Jose saude.
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