sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Bola de trapos, Diário do Alentejo, edição de 14 de dezembro de 2018

José Saúde
Chico Fernandes
Foi na Madeira, “pérola do Atlântico”, que o antigo internacional sub-19 protagonizou uma carreira futebolística merecedora de distinta categoria. União e Nacional foram os grémios onde Chico Fernandes debitou os seus convincentes dotes e que fizeram dele um jogador de eleição. Francisco Manuel Franco Guerreiro Fernandes nasceu a 3 de janeiro de 1960 na freguesia de Cabeça Gorda, sendo que aos 14 anos se estabeleceu em Beja. Depois de partilhar com outras crianças a arte do jogo da bola de rua, ei-lo no Desportivo de Beja. Seria, porém, na Zona Azul que as suas exímias qualidades como central se afirmariam num limitadíssimo cosmos onde só chegam ao topo os predestinados. Nesses tempos a coletividade bejense assumia-se como um alforge de jogadores que despontavam para uma modalidade em que o fator formação originou a descoberta de ilustres craques. Chico Fernandes fez parte de uma equipa de juniores no campeonato nacional que levou a Zona Azul ao púlpito e que lhe proporcionou algumas chamadas à seleção lusa. Neste período áureo integrou a seleção de sub-19, estreando-se num desafio disputado em Cáceres, Espanha, no mês de maio de 1979. Como sénior o antigo jogador recorda: “O meu regresso ao Desportivo foi extraordinário. Nessa época, com um plantel formado na base de jogadores da região, subimos à segunda divisão nacional. O campeonato tinha 30 jornadas e tivemos 22 sem perder”. As suas magníficas prestações em campo galgaram fronteiras e o toque de alerta ouviu-se das bandas da Cidade do Sado. “Estive no Vitória de Setúbal. A experiência foi positiva, mas acabei por regressar ao Desportivo. Nessa temporada a equipa, no final da primeira volta, comandava o campeonato da segunda divisão, Zona Sul, só que no fim acabámos por descer na sequência de graves problemas que se abateram no clube. Houve muitos jogadores que abandonaram e a situação agravou-se”. Com 21 anos Chico Fernandes incorporou-se na Força Aérea e foi colocado na Base de Beja. Nesta fase rumou ao Vasco da Gama de Sines, emblema que disputava o campeonato secundário nacional e que serviu de ponte para lançar a sua carreira em pleno Oceano Atlântico. “No União da Madeira estive duas épocas, seguindo-se três no Nacional e o subsequente regresso ao clube que primeiramente me acolheu. No União fui campeão nacional e o primeiro jogador do Continente a ser o capitão de equipa. Da Madeira guardo as melhores recordações”. Terminado o radioso périplo madeirense, na época de 1989/1990 representou o Olhanense, mas terminou a carreira no União de Santiago em homenagem à memória de seu pai. Seguiu-se um esplêndido desempenho como treinador onde somou explícitos êxitos. Hoje, Chico Fernandes, é vice-presidente da AF Beja.
Fonte: Facebook de Jose saude.

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