sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Bola de trapos, edição de 11 de janeiro de 2019 no Diário do Alentejo

José Saúde
Rosa Santos
Passeio pelas sinuosidades de uma temática onde convergem, e divergem, semânticas que o povo da bola jamais sufragará nos seus prováveis comentários. Uns favoráveis; outros desfavoráveis. Debruço-me sobre personalidades que ao longo de um jogo de futebol são merecedores de diversas compreensões: os árbitros. Reconheço que a prosa poderá, eventualmente, suscitar conversa, no entanto é justo que falemos de homens, naturais de Beja, que muito honraram a cidade, bem como uma região que paulatinamente se viu defraudada de notáveis valores nacionais e internacionais. Na velha Pax Júlia cimentaram-se astros do apito que enchiam a plebe de orgulho. Recordo, e com um certo sentimento nostálgico uma vez que fui dirigente de valiosos interpretes da arte, Mário Alves, Rosa Santos e Veiga Trigo, personalidades cuja ascendência num cosmos onde sempre imperaram excessivas dificuldades, atingiram o patamar supremo consagrando-se efusivamente juízes de campo de renome. Falo, por ora, sobre José Rosa Santos nascido em Beja a 29 de maio de 1945. A sua apetência para a prática desportiva terá vindo do Automobilista, um Café que se situava no Largo de São João e que a determinada altura foi o berço de uma equipa popular com o mesmo nome. Na época de 1961/1962, Rosa Santos, estreou-se, oficialmente, pelo Despertar, como júnior. Dessa equipa faziam parte o Serra, Sardinha, Cheira, Magro, Serrano, Rodrigues, Limpo, Ildo, Jorge, Zé Miguel, Neves e Soeiro. Na temporada de 1964/1965 rumou ao Desportivo que militava na segunda divisão nacional e que normalmente apresentava o seguinte onze, sendo Rosa Santos o guardião suplente: Alves, Marinho Ameixa, Zezinho, Silvino, Barbas, Dionísio, Baiôa, Palma, Palico, Suarez e Raúl. Durante a comissão militar em Angola, e integrando a 11ª Companhia de Comandos, foi ferido em combate com gravidade, sofrendo, depois, uma cirurgia onde lhe foi extraído um pulmão. Após a recuperação, e tendo a perfeita consciência da sua condição física, optou pela arbitragem, visando a sua continuidade num universo que adorava e que lhe permitia viajar pelo prodígio desportivo. Foi árbitro regional, nacional e internacional. Façamos uma pontual visita à sua carreira: época 1969/1970, estagiário na AF Beja; 1970/1971, árbitro de 2ª categoria distrital; 1971/1972, 1ª categoria; 1972/1973, subida à 3ª categoria nacional; 1973/1974, 2ª nacional; 1974/1975, 1ª nacional; 1982/1983, internacional onde se manteve até 1992. No capítulo de fiscais de linha em campeonatos nacionais, Rosa Santos contou ao longo da sua carreira com Francisco Lobo, Joaquim Rosa, José Manuel, José Balsinha, Carlos Vidonho, João de Sousa, Arnaldo Aguiar, Joaquim Madeira, Veiga Trigo, António Nascimento, Marcolino Batista e António José. Hoje vive arredado de uma causa que muito o cativou.
Fonte: Facebook de Jose Saude

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