José Saúde
Agatão
Oriundo de uma família onde o futebol se afirmou como um dos ícones em Beja, o clã Agatão deixou explícita a arte numa modalidade que se iniciou com o irmão mais velho Viriato, anos de 1950, estendendo-se ao Carlos, vulgo Palico, Zé Mário, Delfim e terminou com o benjamim Chico. Francisco José de Matos Agatão nasceu a 18 de novembro de 1960 na velha Pax Júlia e cedo os auratos da bola identificaram qualidades ímpares numa criança que desde logo estimulou múltiplas atenções. Conheci-o com tenra idade e constatei, também, a sua indubitável sensibilidade no trato com a senhora sua mãe. Miúdo humilde, e honesto, que não nasceu num berço de ouro, mas criado na simplicidade de um lar onde nada faltou. Após a morte de seu pai, D. Rosalina, a matriarca da tribo Agatão, fazia das tripas coração para que na mesa nada faltasse ao contingente de rapazes que diariamente alimentava. O Terreirinho das Peças foi o seu recanto sagrado. A jovem promessa estreou-se no cosmos futebolístico na Zona Azul como juvenil, integrando uma equipa que fez furor em competições nacionais e onde resplandeceu uma casta de excelentes jogadores. Seguiu-se o Desportivo, como sénior, transitou para o Despertar e regressou ao grémio da rua do Sembrano. Nesse tempo o Desportivo militava na segunda divisão nacional e tinha no seu grupo de trabalho Mirobaldo, Hilton, Osvaldo, Zé Alves, Pacheco, Pinheiro, Formoso, Jones de entre outros. Todavia, o Chico, não obstante a viçosa idade e os valores que proliferavam no plantel, agarrou a titularidade. Na época de 1983/1984, pela mão do treinador Carlos Cardoso, viajou para o Elvas. Duas temporadas no emblema raiano e eis o salto para o Boavista. “Na época de 1985/1986 ingressei no Boavista onde me mantive até à temporada de 1989/1990. Ao longo dessas cinco épocas fiz, em média, 20 a 25 jogos por temporada e joguei por seis vezes na Taça UEFA. João Alves, José Torres, Manuel Barbosa, Pepe e Raúl Águas foram alguns dos treinadores que mais me marcaram”. Fechado o ciclo boavisteiro transitou para o Estrela da Amadora onde foi campeão nacional da II Divisão de Honra. Na Reboleira recorda os treinadores com os quais trabalhou: “Manuel Fernandes, Jesualdo Ferreira, Fernando Santos, Matine e Joaquim Teixeira”. No declinar da carreira, época de 1995/1996, representou o Estoril. O clube da linha de Lisboa tinha como treinador Carlos Manuel e foi precisamente com o antigo craque do Benfica que Agatão, após arrumar as botas, se estreou como treinador/adjunto, ficando no seu currículo uma passagem pelo Sporting Clube de Portugal. Hoje é técnico a tempo inteiro por terras açorianas, treina o SC Praiense, equipa que milita no Campeonato Nacional de Seniores onde é líder na Série D, sendo o objeto capital do conjunto da Praia da Vitória a subida à II Liga.
Fonte: Facebook de José saúde.
Sem comentários:
Enviar um comentário