José Saúde
Manuel Baião
A sensibilidade que há muito
se acumula neste velho escriba, remete o comum dos mortais para a
explanação de histórias que levam os leitores a rever um passado repleto
de atrativos acontecimentos ou para o despertar de curiosidades de
gentes contemporâneas que vivem o fenómeno desportivo entusiasticamente.
Serpa foi, e é, uma terra onde a magnitude desportiva incessantemente
apadrinhou uma grandiosa hospitalidade. Naquela afortunada urbe
autenticasse uma grandeza de atletas que elevaram o nome do povoado aos
píncaros, sendo todos eles robustos embaixadores numa arte em que foram
de facto monarcas. De entre essa infinidade de craques, destaco o
saudoso Manuel Jesus Baião, um antigo jogador que nasceu em Serpa no 12
de fevereiro de 1931. Manuel Baião despontou para o futebol no Luso
local quando decorria o ano de 1948. Porém, o dever do cumprimento
militar levou-o a uma pausa no jogo da bola. Na época de 1952/1953, já
livre da tropa, ei-lo no FC Serpa onde foi fácil conquistar o lugar de
efetivo. No seu currículo, que é vasto, sobressai o título de campeão
nacional da terceira divisão conquistado na temporada de 1956/1957 com
um virtuoso grupo de trabalho onde se destacavam: Cerqueira, Sardinha,
Fidalgo, Diamantino, Eduardo, Ferreira, Pacheco, Manel Baião, Garcia,
Picareta, Coureles, Cecílio, Cordeiro, Patalino, Teixeira da Silva e
Manolo. O treinador era o Fabian e o presidente o inesquecível João
Diogo Cano. Manuel Baião tinha o estatuto de jogador versátil e ele
próprio o confessava em vida: “Era um jogador muito ágil. Comecei a
jogar como avançado mas fixei-me como defesa central. Na final, em
Coimbra, contra o Vila Real, onde fomos campeões, tudo tinha sido
planeado se porventura existisse um azar com o Garcia seria eu a assumir
a baliza”. Todavia, tal não foi necessário e a festa da consagração
teve um ilustre nome: FC Serpa. Em 1962 rumou a Beja, sendo que antes já
tinha havido um percalço com o seu ingresso no emblema bejense. “Na
época anterior estive à beira de ingressar no Desportivo. O treinador
era o Camiruaga e mandou-se chutar a bola com o pé esquerdo, só que este
era cego e o remate saiu defeituoso e não fiquei”. Na temporada
seguinte ingressou no Desportivo e teve como companheiros, Marcelino, Zé
Rosa, Apolinário, Meira, Madaleno, Perdigão, Zé Baiôa de entre outros
excelentes jogadores que integravam essa fabulosa equipa. Com as botas
colocadas ao canto do armário, vemo-lo como treinador: “Na época de
1970/1971 iniciei-me como técnico no FC Serpa e fomos campeões
distritais”. Fica explícito que a autarquia de Serpa fez questão em
perpetuar este ícone serpense atribuindo ao espaço lúdico o nome de
Complexo Desportivo Manuel Baião. Como desportista de alto gabarito
perdura a certeza que a sua carreira como jogador terminou quando
ostentava a idade de 42 risonhas primaveras.
Fonte: Facebook de Jose saude
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