sexta-feira, 31 de maio de 2019

Bola de trapos, edição de 31 de maio de 2017 no Diário do Alentejo

José Saúde
Zé António
Numa sólida pesquisa sobre carreiras de antigos atletas que dignamente levaram à suprema tribuna o nome de Beja e da região, lá vou desbravando tempestades, lutando contra ventos e marés e trazendo à baila nomes de craques que ficarão perpetuados na história futebolística sul alentejana. Contemplo a presente narrativa sobre um generoso jogador de enorme valia técnica e que conheceu tardes de glória num palco onde foi de facto artífice. José António Carapinha Lindeza nasceu em Beja no dia 28 de março de 1953 e pertenceu ao grupo dos miúdos oriundos do Terreirinho das Peças. Zé António estreou-se, oficialmente, no Desportivo como juvenil, sendo que na época de 1971/1972, embora com idade de júnior, começasse a jogar na equipa principal. “É verdade e fui logo titular”. A irreverente juventude, a garra, o apego, ou a sua extremosa habilidade em engendrar uma jogada ofensiva, permitia-lhe uma envolvência total num onze onde a sua batuta determinava génio e influência na construção do jogo. Neste contexto, eis que na temporada de 1976/1977 dá-se o primeiro salto para o futebol profissional: “Sai do Desportivo e fui para o Vasco da Gama de Sines, onde estive duas épocas, ajudando a equipa na subida à segunda divisão nacional”. Após essa temerária experiência e transportando consigo maior traquejo regressou a Beja. “Regressei ao Desportivo e por duas vezes subi com a equipa à segunda divisão nacional: uma com o treinador Quim Teixeira e uma outra com o Gama”. Dissecando a sua catalogada performance numa fase de ascensão, constatamos uma passagem pelo Juventude de Évora e uma outra pelo Esperança de Lagos, emblemas que militavam no escalão secundário nacional. Na época de 1985/1986 deu-se o boom na sua carreira ingressando no Elvas, sendo que ao serviço do emblema raiano pisou os relvados principais do futebol português ao atuar num deslumbrante coreto onde a supremacia lusa se fazia sentir. “Em Elvas tive três temporadas e subi com a equipa à primeira divisão. O treinador desse sucesso foi o Carlos Cardoso”. Numa viagem por terras do Alto Alentejo fixou-se, depois, em Portalegre onde representou o Estrela. Com o adeus ao futebol como praticante, Zé António teve uma experiência como treinador. Sob o seu comando o Ferreirense subiu à terceira divisão nacional, transitando seguidamente para Castro Verde. “No Castrense não terminei a época porque os adeptos do clube começaram a dizer que eu já tinha compromisso com o FC Serpa. Mas como se tratava de invenção resolvi abandonar o comando técnico. O Jorge Fragoso foi o treinador que assumiu o grupo, sendo que no final o Castrense sagrou-se campeão”. Antes do ponto final como treinador principal, o seu histórico revela que teve uma transição pelo Alfundão, juniores do Desportivo de Beja e terminou no Desportivo das Neves.
Fonte: Facebook de Jose saude

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