quinta-feira, 11 de julho de 2019

Manuel Batista liderou FC São Marcos 31 anos

Manuel Batista ajudou a fundar o FC São Marcos em 1988 e presidiu sempre o clube do concelho de Castro Verde desde então, num percurso de 31 anos que chegou recentemente ao fim e que foi reconhecido pela AF Beja com a atribuição do estatuto de "sócio de mérito".

Foi distinguido, durante a Gala dos Campeões 2018-2019, como sócio de mérito da Associação de Futebol de Beja (AFB). Que representa esta distinção para si?
Um grande orgulho! Quando chegamos a uma altura destas e a Associação reconhece o trabalho que foi feito durante estes 31anos é porque, se calhar, merecia isto.

Mais que as conquistas desportivas do clube, sente que esta distinção premeia, sobretudo, a sua dedicação ao associativismo?
Penso que sim! Num clube tão pequeno não é fácil ganhar muita coisa e durante muitos anos foi-se trabalhando, sempre com muito pouca gente e com algumas dificuldades. Fui continuando porque não havia ninguém que aparecesse e eu não queria que isto acabasse. Mas agora pensei que, aparecesse ou não alguém, não iria continuar mais. Já o tinha comunicado à AFB e eles acharam por bem condecorar-me como sócio de mérito. Para mim é um grande orgulho ter representado o FC São Marcos este tempo todo.

Fundou o FC São Marcos em 1988 e esteve 31 anos na presidência, entre 1988 e 2019. Que memórias ficam destas três décadas?
Muitas coisas boas [risos]… Sacrifiquei a minha vida pessoal e profissional por amor a esta causa! Gosto de desporto, sempre gostei, vivo isto do princípio ao fim, de dia e noite. É por isso que foi difícil de deixar, mas um dia tinha de ser e achei que esta era a altura ideal. Tinha que sair e ainda bem que alguém surgiu. Fico imensamente satisfeito e espero que continuem o trabalho que nós desenvolvemos até aqui. Pelo menos que não deixem acabar o clube, isso já me deixava satisfeito!

Manter o clube activo já é, por si só, um grande desafio, não é?
Claro que sim, pois vai morrendo tudo nas terras pequenas. Já fechou a escola e se fechassem o clube era mais uma "machadada" para a freguesia. Qualquer dia fecham a freguesia e com este jeito ainda vamos ser um deserto… Por isso, ainda bem que apareceu alguém.

Nestes 31 anos de presidência qual o momento mais marcante?
Tive muitas coisas boas… Quando subimos à 1ª divisão [distrital], quando fomos à final da Taça do Distrito e à Taça de Portugal… O ano passado subimos à 1ª divisão, ganhámos a Taça de Honra… Ou seja, tivemos momentos bons mas também tivemos alguns mais ruins. Mas tivemos grandes equipas, grandes jogadores, jogadores com a qualidade que se calhar nunca passaram por clube nenhum do distrito de Beja – está bem que já estavam em fim de carreira, mas é sempre um orgulho ter gente dessa dentro do nosso clube. Ganhámos alguma coisa com isso, prestigiámos o futebol distrital, fizemos tudo para que o FC São Marcos fosse visto além-fronteiras – e até nos chamaram de "galácticos" de São Marcos da Atabueira [risos]. Tudo isto foi para mim um grande orgulho e ainda bem que eles passaram por cá, hoje são grandes amigos do clube. Além do mais, nunca tive problemas com nenhum clube do concelho, sempre me dei com toda a gente, com a Associação igual…

Nestes 31 anos ficou alguma coisa por fazer?
Fica sempre qualquer coisa. Gostaria que o FC São Marcos tivesse um relvado sintético, mas não foi possível… Paciência! Fica muita coisa por fazer, fica sempre. Em tantos anos podia-se ter feito mais qualquer coisa, mas os apoios também são fracos, para trabalhar nas direcções também nunca são muitos… A vida é assim!

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