Memórias de lugares
Beja, urbe onde as memórias de lugares com história caem em catadupa,
esconde inteligíveis recantos que leva o cidadão comum ao encontro de
sítios que outrora marcaram literalmente gerações e que fizeram do
fenómeno desportivo um hino à liberdade física e intelectual. E se em
1888 o “desporto rei” chegou a Portugal por via dos irmãos Pinto Bastos,
Guilherme, Eduardo e Frederico, jovens que estudavam num colégio em
Liverpool, Inglaterra, Beja, em 1906, deparou-se com a chegada do
chamado “vício do jogo da bola”. Desse fabuloso grupo de incitadores de
uma modalidade que assinalava os seus primórdios, destacavam-se
Frederico Durão Ferreira, Mário Durão de Sá Ferreira, José Campos
Penedo, Manuel Gomes Palma, José Gomes Palma, José Cardoso, Joaquim
Vilhena Freire de Andrade, Francisco Nobre Guedes, Valentim Bravo,
Francisco Palma Vargas, Manuel de Castro e Brito de Almeida, Francisco
de Castro e Sousa Cunha, José Carvalho e os seus irmãos Carlos e Albino.
O grupo, detentor de uma bola de cautchou, reunia-se para treinar numa
eira pertencente ao pai de Joaquim Vilhena, lá para as bandas da estação
dos caminhos de ferro, e divertia-se com a novidade. Nesses tempos
havia um outro campo improvisado no Largo da Conceição, mas este
permanentemente vigiado pelos polícias de giro. As balizas eram
assinaladas por duas pedras e os atropelos à leis de jogo acometidas por
sistemáticas infrações. E foi assim que o futebol nasceu em Beja.
Seguiu-se a formação de clubes, ou grupos, sendo os espaços mais
utilizados as antigas eiras. Nos princípios de 1930, e quando o futebol
se deparava com uma descomunal atividade, no dia 1 de fevereiro de 1931
inaugurou-se o Estádio Condessa d’Avilez. A novel infraestrutura trouxe
outras nuances competitivas e por lá se fizeram maravilhosos derbies. O
Luso, fundado a 16 de junho de 1916, assumiu o Condessa d’Avilez como o
seu próprio recinto e naquele espaço subscreveu páginas de grande
reputação. Com a dinâmica futebolística a evoluir, a 27 de abril de 1953
foi inaugurado o Estádio Municipal Engenheiro José Frederico Ulrich,
sendo que a autarquia, mais tarde, conferiu-lhe o nome de Dr. Flávio dos
Santos. Pelo meio desta maratona ficou ainda o campo do Liceu onde o
Desportivo também atuou. Somos de uma época em que assistimos ao
refulgente desenvolvimento futebolístico e de multidões de criaturas que
sequiosamente assistiam a fascinantes exibições do Desportivo de Beja.
Hoje, o futebol concentra-se no Complexo Desportivo Fernando Mamede,
sendo que ali existem dois campos sintéticos e um relvado, o que nos
transporta para exequíveis memórias de lugares que indicam a data de 27
de setembro de 1992 quando houve a transição do Flávio dos Santos para o
presente Complexo num jogo que opôs a formação bejense ao Silves.
Fonte: Facebook de Jose saude.
Fonte: Facebook de Jose saude.
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